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Central de Libras oferece assistência às pessoas com deficiência auditiva

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Mais de 17% da população de Teresina tem alguma deficiência. A dificuldade de comunicação e o preconceito da sociedade afastam milhares de brasileiros que possuem dificuldades auditivas do convívio social e das oportunidades de educação, lazer, cultura e trabalho. A Prefeitura de Teresina, através da Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (SEMTCAS), em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (APADA-PI), atua na Central de Libras. 

A Central de Libras, inaugurada no dia 28 de março de 2014, passou a ser um divisor de águas para essas pessoas, que precisam desse serviço para atividades do cotidiano, como ir ao médico, à entrevista de emprego, ao supermercado ou shopping, etc. A Central fica localizada na sede da APADA, na Rua Jônatas Batista, Nº 1159, Centro/Norte e funciona no horário de 08 às 18h, de segunda a sexta-feira; já aos sábados, o atendimento é das 08 às 12h.

“Nossa intenção foi tentar melhorar o convívio e a comunicação entre a pessoa com deficiência auditiva e as pessoas com quem ela convive, seja no trabalho ou em outras atividades externas da sociedade. Por esse motivo, a meta é sempre buscar avançar mais e estender esse serviço, de modo a torná-lo mais conhecido”, pontuou Kelma Modestina, chefe da Divisão de Média Complexidade da SEMTCAS, que faz a gestão da área.  

A unidade utiliza terminais de computador e webcam para que a pessoa com deficiência auditiva possa conversar à distância, pelo monitor, com contato visual, através da língua brasileira de sinais, com intérpretes de Libras, e agendar atendimento. Os interessados em utilizar a central devem se cadastrar e agendar o acompanhamento do intérprete também por meio do telefone (86) 3013-7910.

O trabalho da Central de Libras objetiva-se em fornecer intérpretes para o acompanhamento de pessoas com deficiência auditiva no trabalho e também em outras situações em que possuam dificuldades para se comunicar. Em 2016 foram beneficiadas mais de 300 pessoas, em média, por mês, com atendimento individualizado de intérprete, com data e hora marcada para que cada usuário se sinta acolhido em sua necessidade. “A meta seria cerca de 100 pessoas por mês, mas, estamos conseguindo ampliar esse atendimento”, disse Regina Lima, que é coordenadora da APADA-PI.

Exemplos de vida

A central melhorou a vida dessas pessoas, como é o caso do monitor de matemática Beto Botelho, 38 anos de idade, que teve sua história marcada por cenas de desrespeito e discriminação. Apesar de ter conseguido concluir os estudos e arrumar um emprego, ele não ficou livre do preconceito. “Fui assaltado uma vez e não consegui prestar queixa porque ninguém entendia o que eu estava falando. Ainda ficaram rindo de mim”, lembrou Beto, que é surdo. “Mas, agora, tudo mudou. E para muito melhor”, comemora.

Na última quinta-feira (29) o país conheceu a Central de Libras por meio de uma reportagem especial, exibida no Jornal Nacional, da Rede Globo. A história de Mônica, uma das usuárias da central, emocionou a todos. Graças à central, ela passou a ter melhor convivência com a sociedade, indo a consultas médicas, por exemplo. A matéria também mostrou a atuação da intérprete Maria de Lourdes Ribeiro, que acompanhou Claudemira, outra usuária, durante uma consulta médica: a solicitação mais pedida na central, de acordo com a associação.

A APADA-PI faz parte da rede conveniada à SEMTCAS, que recebe suporte da Secretaria e é uma entidade sem fins lucrativos, que atua desde 1991, formada por pais de pessoas com deficiência auditiva e profissionais engajados na luta por melhores condições de vida para essas pessoas.

 

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