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Redução da Selic permitirá economia de R$ 75 bi com pagamento de juros

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Notas de real - Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas

Mesmo com a queda maior da Selic, o efeito da redução da taxa básica, de 13,75% para 13%, sobre os juros das principais linhas de crédito será muito pequeno agora. Só quando novas quedas acontecerem, e a economia voltar a crescer, com redução do desemprego e a retomada da confiança, os juros na ponta do consumidor vão efetivamente baixar, segundo analistas ouvidos pelo GLOBO.

— O efeito, neste momento, é de apenas alguns centavos. O impacto será maior com a continuidade do ciclo de baixa da Selic e com a retomada da economia — diz o diretor de pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.

De acordo com levantamento da Anefac, enquanto a Selic subiu sete pontos percentuais, até atingir 14,25% em julho de 2015, no mesmo período a taxa de juros média para pessoa física, em seis linhas de crédito, apresentou elevação de 69,50 pontos percentuais, chegando a 157,47% ao ano — mais de 1.000% acima da Selic. Por isso, diz Oliveira, o impacto da queda da Selic no crédito tende a ser pequeno agora.

No cheque especial, no qual os bancos praticavam uma taxa média de 12,58% ao mês (314,51% ao ano) com a Selic em 13,75%, a Anefac estima que haverá recuo para 12,52% ao mês (311,87% ao ano). No cartão de crédito, a taxa média de 15,33% ao mês (453,74% ao ano) deve cair a 15,27% ao mês (450,29% ao ano).

BANCOS: MAIOR MARGEM DE GANHO

João Augusto Salles, especialista em bancos da consultoria Lopes Filho, explica que, por causa do cenário de risco elevado — com desemprego em alta, economia em recessão e renda corroída pela inflação —, os bancos elevaram suas taxas de juros muito mais do que a Selic subiu. Com isso, aumentaram as margens de ganho (o chamado spread). Mesmo durante o período de mais de um ano de estabilidade da Selic, em 14,25%, os bancos continuaram elevando juros, já que havia o temor de “calotes” de grandes empresas, principalmente as ligadas às investigações da Lava-Jato. Cenário que se concretizou com os casos da Sete Brasil e das construtoras OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia, que pediram recuperação judicial.

— Os bancos temiam mais perdas e foram elevando sua margem de ganho. E as pessoas físicas acabaram penalizadas com a alta de juros — diz Salles.

Depois de Bradesco e BB, o Santander divulgou que também reduzirá de 5% a 10% as taxas de juros das suas principais linhas de crédito de varejo a partir de hoje. O crédito pessoal terá a taxa mínima reduzida de 2,09% para 1,99% ao mês, e a máxima, de 8,49% para 7,99% ao mês. No CDC veículos, a mínima cairá de 1,39% para 1,25% ao mês, e a máxima, de 2,99% para 2,79% ao mês. O Itaú Unibanco não informou se haverá redução.


Fonte: O Globo 

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