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'É ruim demais', diz Vanessa da Mata sobre hits atuais das rádios

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Dentro de casa". É para lá que a cantora Vanessa da Mata quer levar o público no novo show Delicadeza, em cartaz em Brasília nesta sexta-feira (20). Na intimidade com a plateia, ela mistura hits e clássicos com histórias de família, e aproveita para alfinetar – sem rodeios – a qualidade do som que toca nas rádios do país.

No concerto, Vanessa costura os grandes sucessos com canções que sempre cantou em casa, mas nunca conseguiu encaixar em nenhuma turnê. É, segundo ela, um manifesto pela "boa música e pela qualidade da interpretação". Critérios que, para a cantora, as rádios em geral ignoram.
“[O show] fala da corrupção entre as rádios, de tocar apenas quem tem muito dinheiro para pagar, de só entrar na lista canções com dois minutos e meio. Acho que está cada vez mais difícil corromper isso. Existe um grupo que tem muito dinheiro que não está nem aí para corromper esse esquema”, afirmou em entrevista por telefone ao G1.

A artista disse que sempre se surpreende quando os próprios sucessos conseguem furar essas barreiras e alcançar o topo das mais tocadas. "Eu acho 'Boa sorte' um milagre entrar nas rádios. 'Ai, ai, ai' também. Elas têm uma qualidade que fugia de um padrão do que estava tocando na época", afirmou.

A rádio da Vanessa
Para subverter a lógica do público sem abandonar alguns de seus principais sucessos, Vanessa fala de si no palco e emenda “Mágoa de caboclo”, canção de 1936 e sucesso da era de ouro dos rádios brasileiros. “Essa minha avó ouviu com Orlando Silva, e eu, com Nelson Gonçalves”, disse.
Segundo a cantora, a música é um dos “foras mais bem dados” da música brasileira que a nova geração desconhece. “Eu comparo com canções atuais de mesmo tema e as pessoas entendem o que eu quero dizer sobre qualidade. É lindo, um dos momentos mais aplaudidos do show”, revelou.

Entre os hits "Segue o som", "Viagem" e "Ainda bem", Vanessa também aproveita para homenagear algumas de suas referências na música. Chama Tom Jobim de "meu marido" ao cantar “Dindi”, homenageia Gal Costa com “Nada mais” e Gonzaguinha com “Espere por mim, morena”.

Com “O canto das três raças”, Vanessa lembra-se de Clara Nunes, mas sem medo de comparação. A cantora ecoa o jazz com a base do pianista Danilo Andrade e sem os tambores da versão original. Maurício Pacheco completa o som da sala de estar de Vanessa com guitarra e violão.

Vanessa alerta que o show não deve ter nenhum registro, nem em CD nem em DVD. “A ideia nunca foi essa. O Delicadeza é rebeldia da minha própria carreira. Porque a gente vai tendo muito sucesso, o que é bom, mas quando vê, está longe do público. Quero trazer a plateia para mais perto de mim”, afirmou.

Fonte: G1

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