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Eike Batista vai prestar depoimento na PF nesta terça-feira

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Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

O empresário Eike Batista prestará depoimento nesta terça-feira (31). Ele será levado da Penitenciária Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no Centro da cidade. A previsão é de que ele deixe o presídio às 13h e preste depoimento às 15h.

O empresário Eike Batista deixou o presídio Ary Franco, na Zona Norte do Rio, por volta das 13h30 desta segunda-feira (30). Com a cabeça raspada e uniforme de detento, ele foi colocado dentro de uma viatura, carregando um travesseiro na mão, rumo ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.

O empresário, que era considerado foragido e estava em Nova York, foi preso ao desembarcar no Galeão, pela manhã.

Segundo as primeiras informações, após a triagem no Ary Franco, foi decidido que o empresário ficará na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9. O motivo seria a falta de segurança na penitenciária.

Por não ter nível superior, Eike não pode ir para Bangu 8, mesmo presídio em que está o ex-governador Sérgio Cabral e outros presos durante as operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Lava Jato.

Segundo agentes do Serviço de Operação Especiais da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que fizeram o transporte de Eike para Bangu, o Bandeira Stampa é uma cadeia em que não há domínio de facção criminosa. As celas são para até oito presos, que costumam trabalhar dentro das próprias unidades prisionais – por isso, ganharam o apelido de "faxina". Entre os detidos estão milicianos, alguns ex-PMs e outros ex-servidores.

Eike ficou quase duas horas no Ary Franco. Ele foi preso por agentes da Polícia Federal às 10h. O empresário é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

O empresário teve a prisão preventiva decretada depois que dois doleiros disseram que ele pagou propina de US$ 16,5 milhões a Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52 milhões. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, na operação Eficiência.

O advogado dele, Fernando Martins, estava no Ary Franco quando Eike chegou. “A defesa não teve acesso a ele, não conseguimos traçar a linha de defesa, então nós vamos aguardar e conversar com o cliente. Até agora, as medidas jurídicas que estamos adotando são no sentido de preservar a integridade física dele. Não posso acrescentar o que será feito agora. Ontem, ele deu uma entrevista no sentido que ele disse que passaria a limpo, vai prestar os esclarecimentos necessários. A gente vai definir a linha de defesa em conjunto.”, afirmou.

Primeira noite na prisão

 

 Acostumado a viagens em jato particular ou em voo de classe executiva para Nova York, nos Estados Unidos, o empresário Eike Batista vive agora uma nova e dura realidade. O ex-bilionário, preso pela Lava Jato, divide uma cela com outros seis homens presos pela maior operação anticorrupção da história do Brasil.

O empresário chegou ao presídio Bandeira Estampa, no Complexo de Bangu, início da tarde da segunda-feira (30). Bangu 9 tem capacidade para 541 presos e abriga 422. São contraventores, suspeitos de envolvimento com a milícia e quem não têm ligação com facções criminosas.

Eike Batista divide a cela com outras seis pessoas, todas presas em fases anteriores da Lava Jato. As celas têm 15 metros quadrados, beliches de concreto, sem vaso sanitário, só um buraco no chão que serve de banheiro e um cano com água fria para o banho.

No mesmo complexo de presídios está Sérgio Cabral. Mas o ex-governador do Rio fica em Bangu 8, para onde vão os detentos com diploma universitário.

A transferência de Eike Batista para Bangu 9 foi determinada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio, que admitiu não poder garantir a segurança dele no presídio Ary Franco. Na chegada, o empresário foi hostilizado por moradores.

A prisão de Eike Batista é preventiva. Ele vai prestar depoimento aos investigadores da Lava Jato na tarde da terça-feira (31), na sede da Polícia Federal no Rio. O empresário é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro e de ter pago ao ex-governador Sérgio Cabral propina de US$ 16,5 milhões, que equivale a cerca de R$ 52 milhões.

Os investigadores da Lava Jato no Rio dizem que o dinheiro pago a Sérgio Cabral saiu da conta de uma das empresas de Eike Batista no Panamá. Para justificar a transferência, foi feito um contrato falso da venda de uma mina de ouro, que agora, descobriu-se, fica na Colômbia, segundo o próprio empresário.

No voo 973 da American Airlines, Eike Batista viajou de classe executiva. Sentou em uma poltrona ao lado da porta, não jantou, tomou dois copos de leite e um comprimido que disse ser para o estômago e dormiu.

O avião pousou no Galeão às 9h54 da segunda-feira (30). Eike Batista desembarcou antes de todo mundo, ao lado de policiais. Estava sem algemas, carregando um travesseiro e uma pequena mala.

Do Galeão foi ao IML, onde fez exame de corpo de delito. Foram os últimos passos antes da cadeia daquele que já foi o 7º homem mais rico do mundo.

 

Entrevista no aeroporto

Antes do embarque em Nova York, Eike disse em entrevista que "está à disposição da Justiça".

"Acho que o Ministério Público está passando o Brasil a limpo de uma maneira fantástica. Eu digo que o Brasil que está nascendo agora vai ser diferente. Porque vai pedir suas licenças, vai passar pelos procedimentos normais, transparentes, e se você for melhor vai ganhar e acabou a história", declarou. "Estou à disposição da Justiça. Como Brasileiro, estou cumprindo o meu dever. Estou voltando. Essa é minha obrigação (...) Como estou nessa fase me entregando à Justiça, é melhor não falar nada."

No aeroporto, algumas pessoas pedir para tirar fotos com o empresário. Questionado sobre essas atitudes, ele respondeu: "Carinho [de pessoas] que enxergam que eu devo ter feito muita coisa boa no Brasil, né?", disse.

Em seguida, um homem que passa por trás de Eike provoca: "Vai tomar Catuaba Selvagem [bebida barata à base de vinho] lá com o teu colega Cabral [Sérgio, ex-governador do Rio]?". Eike olha, retorna para a entrevista e diz: "Paciência, é assim, né?".

Em seguida, fala sobre a Operação Lava Jato. "Olha, é aquele negócio, se foram cometidos erros, você tem que pagar pelos erros que você fez", diz, antes de responder se considera que errou. "Eu acho que não."

 

Fonte: G1

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