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Bloco de Carlinhos de Jesus pode não desfilar por falta de dinheiro

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Foto: reprodução/instagram


Carlinhos de Jesus lamenta falta de verba para bloco 

 

Há 26 anos o bloco “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá” sai pelas ruas de Botafogo até chegar em sua apoteose do outro lado do túnel, em Copacabana. O tradicional cordão da Zona Sul do Rio, comandado por Carlinhos de Jesus, no entanto, pode deixar de sair este ano. “Até agora não conseguimos um patrocínio e sem dinheiro não dá para sair. Não vou comprometer a segurança dos foliões que vêm do Brasil inteiro para desfilar com a gente”, avisa o coreógrafo, que mantém 120 seguranças entre os foliões.


Carlinhos de Jesus aponta os custos com segurança, carro de som, músicos e Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). “Só para eles, a gente paga no mínimo R$ 4 mil”, reclama: “O carnaval de rua é uma característica do Rio de Janeiro, é uma tradição cultural. Para desfilar precisamos entre R$ 25 mil a R$ 30 mil”.


O bloco nasceu há duas décadas por conta dos bailes de gafieira que não existiam durante os dias de folia. “Daí pensamos em fazer um grande baile de salão na rua. A coisa foi crescendo e hoje mais de 15 mil pessoas saem com a gente. Até tem alguns que dançam no meio da multidão”, conta.


Caso o patrocínio necessário não chegue até a segunda-feira, Carlinhos de Jesus será obrigado a divulgar o não desfile do “Dois Pra lá, Dois Pra Cá”. “Me dá um vazio enorme. Vai ser um sábado morto”, lamenta ele, que comanda o cortejo sempre aos sábados de carnaval, às 10h: “São 26 anos sem viajar, com esse compromisso que eu amo. Mas se não conseguir botar o bloco na rua vou aceitar o convite de anos e que nunca aceito. Vou para Recife e conhecer o Galo da Madrugada”.

Foto: reprodução/instagram


Carlinhos de Jesus comanda o bloco há duas décadas


Falta de cordas e abadá
Carlinhos de Jesus chama a atenção para a falta de abadás nos blocos do Rio. “Tenho camisas, não abadás. Mas quase não vendemos mais. Antigamente, colocava corda para a segurança das pessoas e famílias. Mas abolimos há anos”, pondera.


O bailarino pensa em fazer um concurso de fantasias caso o bloco seja patrocinado. “Temos os bloquinhos dentro dos blocos. É uma festa de várias gerações e elas se esmeram nas fantasias”, diz ele, que não quer parecer insensível aos problemas da cidade: “Vivemos uma crise, eu sei. Assim como tem que ter dinheiro para o funcionamento dos hospitais, também precisamos manter a cultura da cidade viva. Uma coisa não exclui a outra”.

 

Fonte: Extra

 

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