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Ministro Nelson Jobim presta depoimento hoje à CPI dos Grampos

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O ministro Nelson Jobim (Defesa) vai prestar depoimento nesta quarta-feira à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara para explicar detalhes da compra de maletas pelo Exército, em conjunto com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que teriam capacidade de realizar grampos telefônicos.

A expectativa é que o depoimento do ministro ocorra em sessão reservada, a pedido próprio Jobim. Por meio de assessores, ele disse que irá se manifestar sobre as maletas e a suposta participação de militares na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, somente no depoimento à CPI.

Reportagem publicada pela revista "Época" afirma que oficiais da ativa do serviço de inteligência e autoridades das Forças Armadas ajudaram nas investigações da Operação Satiagraha, além de agentes da Abin.

De acordo com a reportagem, o apoio extra foi obtido pelo delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a operação, e incluiu o próprio comandante do Exército, general Enzo Peri. O general ajudou o delegado, diz o texto, a conseguir informações sobre um oficial formado no Instituto Militar de Engenharia que foi trabalhar no grupo Opportunity, de Daniel Dantas, alvo central das investigações.

O Exército também vai instaurar inquérito policial militar para apurar denúncia do jornal "O Globo" de que investigadores das Forças Armadas vêm realizando escutas telefônicas sem o controle de procuradores militares.

Segundo o jornal, dados encaminhados à CPI dos Grampos mostram que a Justiça Militar da União autorizou 234 pedidos de grampos entre janeiro de 2007 e março, enquanto ofício assinado por Jobim afirma que nesse período só foram realizadas sete interceptações legais.

O Ministério da Defesa vai refazer o levantamento em cada órgão militar sobre os pedidos de autorização para escutas telefônicas e as autorizações efetivamente concedidas. Assessores do Ministério da Defesa argumentam que pode ter havido casos de autorizações concedidas sem que os grampos tenham sido executados, ou mesmo autorizações similares para a mesma escuta.

Adiamento
O depoimento de Jobim à CPI das Escutas Clandestinas estava marcado para a semana passada, mas o ministro adiou sua ida à comissão com o argumento de que precisava acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem a Coari (AM).

Jobim, porém, acabou não participando da viagem devido a uma crise alérgica. Nos bastidores, parlamentares avaliam que a estratégia do Palácio do Planalto foi tirar o ministro do foco da CPI em meio à dupla versão sobre as maletas apresentadas por Jobim e pelo ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Felix. Enquanto Jobim disse que os equipamentos têm capacidade de realizar escutas telefônicas, Felix negou que as máquinas tenham essa função.

 

Fonte: Folha Online

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