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Sem exame de DNA, corpos de família carbonizada serão liberados sem identificação

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Após quase dez dias, os restos mortais da família que morreu carbonizada em um acidente na BR-135 continuam no Instituto Médico Legal (IML) por falta de identificação. Devido a situação dos corpos, a liberação para sepultamento só poderia ocorrer mediante exame de DNA, o que não foi possível devido a um dívida do Governo do Estado com uma empresa de Pernambuco que oferece reagentes, material essencial para a realização do procedimento. Diante disso, mediante acordo com familiares das vítimas, os corpos serão liberados como cadáveres não-identificados. 

"Não existiu nenhuma espécie de identificação pela arcada dentária, estrutura óssea ou por digitais. Esses corpos chegaram dentro de uma única urna funerária e com ajuda de uma equipe de antropologia, verificando estruturas ósseas, fragmentos de coluna vertebral, conseguimos chegar a conclusão de que ali havia quatro corpos", explica o diretor do IML, Janiel Guedes. 

Ele explica que a liberação ocorrerá baseada no inquérito da Polícia Civil que colheu depoimentos que assinalam que havia a família ocupava o carro envolvido no acidente. "Em acordo com a família, vamos providenciar a liberação dos corpos como cadáveres não identificados, seguindo um protocolo interno da instituição", reforça Guedes. 

O Piauí não tem laboratório para emissão de laudos e realizava o exame em Pernambuco e Paraíba. Uma dívida de R$ 35 mil impede a realização de exames de DNA fora do Estado. 

"Liberar corpos sem identificação gera problemas social e jurídico. Liberar um corpo como cadáver não identificado, impede que a família depois pleitei algum direito, pois o corpo não tem identificação. O problema social é porque gera o clamor na sociedade. Estamos aqui para prestar o serviço à sociedade quando ela mais precisa, em um momento de dor. No momento, não podemos estimar prazo para liberação, a não ser que o corpo seja liberado como não identificado", considera Janiel Guedes. 

Além do corpo da família carbonizada, mais sete estão no IML na mesma situação e aguardam o pagamento da dívida para que a identificação seja realizada por meio do exame de DNA. 


Graciane Sousa
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