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Peça adaptada da obra 'Édipo Rei' estreia hoje no Espaço Cultural Trilhos

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Uma nova temporada da peça “Os Pés Inchados”, que é uma adaptação da obra “Édipo Rei”, de Sófocles, acontece a partir desta quarta-feira (08) e segue até domingo (12) no Espaço Cultural Trilhos, na Avenida Frei Serafim em Teresina. A peça também será apresentada dos dias 15 a 19 deste mês. Nas quartas-feiras e sábados as apresentações serão realizadas às 19h e, aos domingos, às 18h.

O ator Eduardo Lins disse ao Cidadeverde.com que a peça é uma tragédia clássica escrita por Sófocles, na época da Grécia Antiga.

“Esse tragédia trata de uma profecia na qual o filho do rei iria matar o rei e casar com a própria mãe. Por conta disso, o filho é exilado e a profecia se realiza por outros meios. Então, o Édipo, que foi excluído da família real acaba por matar o rei e depois casa com a própria mãe. Disso, uma tragédia divida assola sobre a cidade. Então, o novo rei descobriu quem cometeu o crime, que foi ele mesmo que cometeu”, explicou Lins.
 
Eduardo também explicou ainda que essa tragédia é icônica na sociedade ocidental por teóricos: Michel Foucault e Sigmund Freud.
  
“Freud explica do ponto de vista da psicanálise e, por conta disso, surgiu o complexo de Édipo, no qual o filho se relaciona com a própria mãe. Já Foucault analisou do ponto de vista jurídico, na transição do julgamento do direito divino para o direito dos homens, e a instauração do desenvolvimento do processo judicial tal como temos hoje”.  

Com duração de 1h25, a peça é dirigida por Moisés Chaves.  Para ele, “agora pode se dizer que é um diretor de teatro”. 

“Eu tenho a impressão que o Édipo me persegue há um bom tempo. Eu montei essa peça pela primeira vez há anos com alunos do ensino fundamental, mas agora é diferente porque são atores profissionais. Quando me chamaram para o grupo da Uespi, pensei: agora vou fazer o Édipo do jeito que eu quero. E aqui estamos”, declarou o diretor.

Moíses fala que a releitura do texto o traz para os dias atuais; o original foi escrito há 2560 anos “Porque a primeira coisa que Édipo briga é pelo poder. Ele mata o pai sem saber para ocupar o poder que o pai tinha, e depois se casa com a própria mãe sem saber. Isso pro curso de direito, de psicologia é incrível. Isso também faz referencia ao mito da origem, a história do homem, pois quando ele não tem referência age desesperadamente de qualquer maneira porque não sabe quem ele é”. 

O diretor destaca ainda que o Édipo chegou a matar o pai não porque amava a própria, e sim a ausência da verdade. “A partir do momento em que não é dado a ele o conhecimento sobre si. Ele vai lá e comete o crime. Essa é uma obra que abre milhões de possibilidades de interpretações”.

Móises ressalta que a primeira temporada da peça ocorreu no ano passado dentro da própria Uespi e, agora, abriu para a cidade. 

 

Carlienne Carpaso
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