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JBS e BRF admitem investigação da PF, mas negam adulteração de produtos

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A JBS admitiu que três de suas fábricas foram alvo da operação Carne Fraca da Polícia Federal nesta sexta-feira (17), mas negou qualquer prática de adulteração em seus produtos.

A operação Carne Fraca apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. A Polícia Federal cumpre 309 mandados judiciais em seis estados e no Distrito Federal.

Além da JBS, que é dona de marcas como Friboi, Seara e Swift, é apurado o envolvimento da BRF, dona da Sadia e Perdigão, além de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.

JBS
Em nota, a JBS confirmou que a ação atingiu duas filiais no estado do Paraná e uma em Goiás, mas não a sua sede. "Na unidade da Lapa (PR) houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da Companhia, cedido ao Ministério da Agricultura", dizia o texto.

A empresa também declarou que, no despacho da Justiça, não há menção a irregularidades da empresa, que nenhuma de suas fábricas foi interditada e que nenhum executivo da companhia foi alvo de medidas judiciais.
Na decisão, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva decretou a prisão preventiva de Flavio Evers Cassou, apresentado no despacho como funcionário da Seara, empresa do grupo JBS. No seu Facebook, ele se apresenta como funcionário do Ministério da Agricultura.

A JBS afirmou ainda que todas as suas subsidiárias "atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção de alimentos no país e no exterior" e que apoia punições a irregularidades.
O frigorífico reforçou que adota padrões de qualidade rigorosos e que possui diversas certificações que comprovam suas boas práticas.

"A companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização", afirmou.

BRF
Em nota, a BRF afirma que a interpretação da gravação em que funcionários da empresa se referem a papelão numa de suas fábricas é um "claro e gravíssimo erro" da Polícia Federal. Segundo o grupo, o funcionário se referiu às embalagens do produto, e não ao seu conteúdo, como disse a PF. Ainda de acordo com o texto, isso ficaria claro quando o funcionário diz que "vai ver se consegue colocar em papelão", pois esse produto é normalmente embalado em plástico.

Em fato relevante divulgado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa também disse que está colaborando com a operação. A companhia destacou que cumpre normas e regulamentações na produção e venda de seus produtos, possui processos de controle rigorosos e não compactua com práticas ilícitas.

"A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua", disse.

Dois funcionários da empresa tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz federal. De acordo com a decisão, Roney Nogueira dos Santos, gerente de relações institucionais e governamentais da BRF, e André Luis Baldissera, diretor da BRF, são acusados de atuar para influenciar nas decisões dos fiscais do ministério da Agricultura.

Um membro da alta cúpula da BRF teve mandado de condução coercitiva e de busca e apreensão aprovados pelo juiz. José Roberto Pernomian Rodrigues é diretor vice-presidente Legal e de Relações da BRF e um dos oito membros da diretoria executiva.

Outras empresas
A operação Carne Fraca investiga ao todo 22 empresas. Algumas são listadas mais de uma vez, já que têm mais de um CNPJ. O grupo JBS, por exemplo, aparece na lista com o frigorífico JBS, com a Seara e com a Big Frango, todas controladas pelo grupo.

Fonte: G1

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