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Cielo decide voltar aos EUA e retoma imbróglio com a CBDA

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Após ditos e desmentidos, a relação entre o nadador Cesar Cielo e a Confederação Brasileira de Natação (CBDA) ainda é conflituosa e as partes parecem distantes de um acordo. Cielo anunciou, nesta terça-feira durante evento realizado no centro de São Paulo, que voltará a treinar nos Estados Unidos em 2009, mas ficou sem jeito quando questionado sobre se, com a saída do país, receberia apoio da entidade.

"Essa é uma pergunta difícil. Bem difícil de responder. Você me colocou em uma situação complicada", hesitou o nadador. Ante a saia-justa, a mãe do nadador tratou de socorrê-lo. "Por que está perguntando isso para o meu filho?", questionou Flávia Cielo. A mãe do nadador, então, assumiu o tema.

"Temos que ver o que vai acontecer. Ainda não definimos nada. Algumas coisas já ficaram resolvidas, mas não é tudo que está resolvido ainda. A questão não é só dinheiro. Isso, graças a Deus, não é problema para gente. Faço questão que você coloque isso", disse a mãe de Cielo, que, ao mesmo tempo em que tentou abafar a questão, disparou contra a entidade.

"A CBDA tem que se preocupar em investir em outras coisas também. Cadê as crianças nadando? Não vejo uma base sendo formada lá no Maria Lenk para que existam novos Cielos no futuro. A CBDA tem que se preocupar com isso também. Acho que tem que se preocupar mais com isso do que com os atletas já renomados", completou Flávia.

O conflito entre as duas partes teve início em 2006, quando Cielo decidiu deixar o Clube Pinheiros para treinar em Auburn, pequena cidade localizada no Alabama (EUA). À época, a CBDA cortou o patrocínio em represália à atitude do atleta.

A rusga teve seu ápice neste ano, quando alguns atletas foram se encontrar com o presidente Lula em evento promocional antes dos Jogos Olímpicos, na mesma época da renovação do patrocínio da Confederação com os Correios. Cielo não compareceu porque estava treinando e foi criticado pela cúpula da CBDA.

Quando chegou de Pequim com uma medalha de ouro nos 50 m e uma de bronze nos 100 m, Cielo disparou contra a CBDA. "Não estou associando a minha conquista à CBDA, porque a Confederação pouco teve a ver com ela", disparou o nadador. "As pessoas vêem a festa depois da medalha na TV, mas a realidade é outra e é brutal", disse à época.

Após a crítica, o nadador alterou o discurso e admitiu ter falado mais do que devia. Mudou de opinião, curiosamente, logo após uma reunião com o presidente da entidade, Coracy Nunes. O coordenador técnico Ricardo de Moura teria sido o pivô da reconciliação. A mãe do nadador, entretanto, fez questão de dizer que o filho não voltou atrás.

"Não foi uma questão de voltar atrás, mas de as partes entrarem e um acordo. Ele [Cielo] estava no meio de uma competição [Troféu José Finkel]. Não era momento para aquilo", finalizou Flávia. Aparentemente, porém, o imbróglio parece não ter chegado ao fim.

Cielo seguirá treinando no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, até o final do ano. Depois voltará para Auburn, aonde diz ter mais tranqüilidade para trabalhar ao lado do técnico australiano Brett Hawke.

"Lá eu não sou incomodado. Não tem tietagem, gente querendo tirar foto o tempo todo. Consigo me concentrar mais. Não tem como eu não voltar. É o melhor para mim, para os meus treinos e para os meus estudos", afirmou. Não quis dizer, entretanto, se mais uma vez ficará sem repasses de patrocínios feito pela CBDA.


Fonte: Uol
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