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França elege seu novo presidente; Macron e Le Pen já votaram

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Após uma campanha eleitoral tensa, os franceses escolhem neste domingo aquele que liderará o país nos próximos cinco anos: Emmanuel Macron, um centrista pró-europeu em ascensão, ou a candidata da extrema-direita Marinha Le Pen. 

Cerca de 47,5 milhões de franceses vão votar no segundo turno das eleições presidenciais neste domingo. De acordo com as autoridades, até o meio-dia, horário local, a participação era de 28,23%, quase a mesma do primeiro turno. Um forte esquema de segurança foi montado, com mais de 50 mil policiais, gendarmes e militares mobilizados. Ambos os candidatos votaram na manhã deste domingo no norte da França, Macron em Le Touquet e Le Pen em sua fortaleza operária de Henin-Beaumont.

À frente no primeiro turno, Emmanuel Macron, de 39 anos, um ex-banqueiro de investimentos e ex-ministro da Economia do atual presidente François Hollande, é apontado como favorito neste segundo turno da eleição presidencial, com entre 61,5 e 63% dos votos, contra 37-38,5% para sua rival Marine Le Pen, de 48 anos, segundo as últimas pesquisas.

Mas o voto surpresa em favor do Brexit no Reino Unido e a vitória inesperada de Donald Trump nos Estados Unidos incitam prudência quanto aos resultados das pesquisas de opinião na França.

— Hoje, é a França que está em jogo — declara Bernadette, uma senhora de 73 anos que votou na abertura da votação na cidade de Marselha, aliviada com o fim de uma campanha denominada por ela de "cansativa".

Para a parisiense Marie Piot, de 32 anos, "o mundo nos espera. Depois do Brexit e de Trump, é quase como se fôssemos o último bastião do Iluminismo".

Os dois candidatos afirmam encarnar a renovação do cenário político, mas enquanto Macron defende o livre comércio e quer aprofundar a integração europeia, Le Pen denuncia a "globalização selvagem" e a imigração e quer um "protecionismo inteligente".

Uma das questões centrais neste domingo será a participação, que poderia ser baixa, enquanto que, pela primeira vez em quase 60 anos, os dois principais partidos tradicionais da esquerda e da direita não disputam a segunda rodada.

Pirataria de dados
O período entre os dois turnos foi marcado pelo enorme apoio em favor de Macron (24,01% dos votos no primeiro turno em 23 de abril), favorito inesperado que era praticamente desconhecido há três anos, para bloquear Le Pen (21,30%).

Pela segunda vez em quinze anos, a extrema-direita, que não parou de angariar votos nas eleições intercalares, chegou ao segundo turno da eleição presidencial. Mas ao contrário do que aconteceu em 2002, a mobilização popular era quase inexistente. E nas fileiras da esquerda radical, alguns se recusam a "escolher entre a peste e a cólera".

A campanha entre os dois turnos terminou na sexta-feira com um novo sobressalto, com a difusão nas redes sociais de dezenas de milhares de documentos internos da equipe de campanha de Macron, extensivamente replicados pela extrema-direita no Twitter.

Uma operação considerada como uma tentativa de "desestabilização" pelo candidato centrista.

A Comissão Nacional de Controle Eleitoral pediu à imprensa para não publicar o conteúdo desses documentos, "obtidos de forma fraudulenta" e que estavam misturados com "informações falsas".

As duas últimas semanas foram particularmente amargas, culminando em um debate televisionado na quarta-feira à noite que se transformou em uma verdadeira guerra de palavras. O desempenho de Le Pen foi severamente criticado, mesmo dentro de seu próprio campo.

Emmanuel Macron, que, caso seja eleito, se tornaria o mais jovem presidente francês, declarou na sexta-feira que já havia escolhido o seu futuro chefe do governo, sem nomeá-lo. O próximo primeiro-ministro será responsável por conduzir a campanha eleitoral para as legislativas de 11 e 18 de junho, com o objetivo de dar uma maioria ao novo chefe de Estado.

Desde 2015 a França vive sob estado de emergência. Na madrugada de sexta-feira um ex-militar de 34 anos, que foi convertido ao Islã e prometeu lealdade ao grupo Estado islâmico (EI), foi preso após suspeitas de um possível ataque islamita. Ele estava perto de uma base militar em Evreux, 100 km ao noroeste de Paris, com armas escondidas nas proximidades.

Em 20 de abril, três dias antes do primeiro turno, um policial foi morto no centro da Capital, na avenida Champs-Elysées. O ataque foi reivindicado pelo EI, que cometeu a maioria dos ataques que mataram 239 na França desde janeiro de 2015.

Fonte: Zero Hora
 

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