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Roda de Poesia Tensão, Tesão & Criação inicia nova temporada nesta sexta (19)

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Há mais de dois anos realizando ações poéticas a partir de Teresina, o Coletivo Tensão, Tesão & Criação inicia nova temporada e  realiza mais uma Roda de Poesia na praça Pedro II / Café Art Bar, na sexta-feira, 19 de maio, a partir das 17:38h, com sarau, feira, lançamento de livro e pocket shows. Programação totalmente gratuita, com objetivo de criar espaço e público para a poesia contemporânea brasileira feita no Piauí.  

Com um toque de resistência e incentivo à economia criativa, o projeto Roda de poesia Tensão, Tesão & Criação é visto como uma trincheira de resistência artística pelo produtor cultural e coordenador do projeto, João Henrique Vieira. “O Tensão, Tesão e Criação veio da necessidade de termos espaços para a poesia contemporâneo e suas questões, onde o público possa ouvir e recitar, possa encontrar com os autores, ter acesso a produtos artísticos e criar laços por meio da poesia. É muito interessante pensar em um cenário literário, criar no nosso centro histórico um ambiente de encontro e surgimento de novos artistas da poesia. E quando isso acontece no centro, em praça pública para quem quiser ver e ouvir, é mais gratificante ainda. É uma batalha coletiva que vale muito a pena”.

O poeta e editor Demetrios Galvão, também ressalta o fato de o movimento acontecer no centro da cidade. “O centro não é só comercial, é também cultural e tem que ser um espaço que as pessoas não desocupem, já que as casas estão sendo desocupadas e virando estacionamentos. No momento em que mobilizamos e vamos para o centro tem até o elemento pedagógico de mostrar para as novas gerações o papel do centro, o cenário do centro, as implicações e as subjetividades do centro da cidade. Isso também vai se marcando como um elemento importante do Roda”.

O Roda de Poesia é uma ação coletiva, colaborativa e independente de escritores e produtores culturais com intuito de firmar espaços de vivência, apresentação, exposição, conexões e debate sobre a poesia contemporânea brasileira feita no Piauí. “Em Teresina o Roda de Poesia é um evento de arte. Essa edição, assim como as outras, será um espaço de arte, poesia e exposição voltado para a arte. Mais um construir de pontes poéticas em Teresina”, diz Lucas Rolim, poeta do Coletivo.

Já Demetrios Galvão, destaca a possibilidade de interação com o público que o evento possibilita. “O Roda vem marcando um percurso e a cada novo evento coisas novas aparecem, porque não é só um evento espetáculo, é um evento participativo. As pessoas vão para ver poesia, ouvir música, vê o que tá rolando na feirinha, mas vão também porque o microfone está aberto. No Roda as pessoas podem participar”.

Sarau, debates e conexões

Quando a poesia sobe ao palco vira festa, é o que acontece com o sarau do Roda de Poesia, regado a sonoridades, onde pulsa o fazer e recitar poético. Um encontro, segundo Fabrício Santos, músico e poeta do coletivo. “O Roda de poesia é encontro. Um momento em que poetas da cidade se encontram e às vezes até poetas de outros lugares. É onde a gente tem oportunidade de mostrar nosso trabalho e dividir momentos, compartilhar com outras pessoas que também fazem arte. É também uma ação social, um movimento que se importa com a cidade”.

Desde a primeira edição, em 21 de agosto de 2015, o projeto possibilita conexões entre gerações, linguagens e cenários artísticos variados, sempre reunindo em um mesmo ambiente variados artistas – já colaboraram, por exemplo, autores e artistas de Teresina, Caxias, Salvador, Belém, São Luís, São Paulo, entre outros lugares. Em um processo contínuo, o projeto cresce a cada edição. Dante Galvão, membro do coletivo, ressalta a coragem de fomentar nossa produção artística. “A vontade de fazer é maior que as condições de realizar e é isso que destaca o Roda na cidade, a coragem de acreditar na arte e promover um evento que mostra arte e traz arte para perto das pessoas. Tem se tornado uma grande vitrine para a produção cultural em Teresina. Essa coragem de acreditar na arte atrai o público cada vez maior a cada nova edição e vai criando um cenário”.

 

Programação

Alcançar leitores e transcender públicos, criar espaços e conexões são objetivos do projeto, segundo explica João Henrique Vieira. “O Roda de Poesia é a possibilidade de variados públicos circularem no mesmo ambiente, por isso pensamos uma programação que começa ao final da tarde, o que permite o público estudantil, trabalhadores do comércio e o público geral participarem em alguns dos momentos da programação”. A feira é outro ponto que abre perspectivas de produção e circulação, explica Demetrios Galvão. “Um elemento muito importante e que temos amadurecido é a feirinha, porque impulsiona, amadurece, profissionaliza e incentiva a economia criativa, fortalece a produção independente”.

A programação do evento começa ao final da tarde, às 17h:38. Na feira haverá publicações e objetos de arte do Coletivo Acrobata, Edições Kizumba Zines; Livros de Ananda Sampaio, Eduardo Prazeres, Revista Revestres, Quinta Capa HQ; além dos sebos Gengiva, Rayo, e outros produtos artísticos como desenhos, ilustrações, vinis e flautas.

Banda Brabos Cocais

Nas programação musical os pocket shows da Estaka Zero, com os músicos e compositores Leo Rouse, Gavial e David Garcia, com um trabalho permeado por influências da psicodelia dos anos 70, entre o rock, o brega e o samba do morro. Encerrando a noite haverá a Brabos Cocais, banda de psicodelia nordestina que canta sobre o íntimo e explora as visões que o som traz. Falam o regionalismo e a vastidão que é a vida.

Lançamento

Também será lançado durante o evento o novo livro “Avesso Da Lâmpada” (Ed. Moinhos), o quarto livro do poeta e historiador Demetrios Galvão. Trabalho que reafirma uma trajetória poética e traz algumas novas variações, para compor o conjunto geral da obra. A construção do “O Avesso da Lâmpada” está ligada a um forte impulso afetivo e da necessidade de buscar uma leveza que contamine a vida e a linguagem. Não à toa, a publicação é dedicada aos amigos, em um clima de fraternidade e de encontros.

Segundo o autor, “O título do livro aparece como uma brincadeira conceitual, uma forma pessoal e íntima de observar o fazer poético. Tomando a poesia como meio de não repetição “real”. Mas, como a necessidade de produzir “outras dimensões”, “onde as palavras têm febre e a matéria se bifurca”, como dito no poema Recanto”.

 

Da redação
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