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Redução de zonas pode incentivar transporte ilegal de eleitores, alerta promotor

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Foto: Glenda Uchôa/Rádio Cidade Verde

Entidades nacionais estudam uma forma judicial para recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reduz o número de zonas eleitorais em todo o País. Em entrevista no Acorda Piauí, da Rádio Cidade Verde, o presidente da Associação Piauiense do Ministério Público (APMP), Glécio Setúbal, alertou para os problemas que a medida pode gerar, inclusive o transporte ilegal de eleitores.

"Se você coloca um município que hoje é vinculado a uma zona eleitoral de 10 quilômetros de distância, e essa zona deixar de existir e passar para uma zona vizinha a 50 quilômetros, como é que fica o deslocamento desse eleitor?", questionou o promotor de Justiça. 

Perguntado sobre a chance do transporte ilegal de eleitores crescer, Setúbal afirmou primeiro acreditar que os políticos também são contra a redução das zonas eleitorais, mas depois admitiu que a medida pode ser um estímulo não só a essa ilegalidade, mas também aos que preferem não votar. "Nós sabemos que a população piauiense é carente. A maioria vai necessitar desse apoio. E isso vai de fato desestimular até a vontade de o eleitor ir às urnas".

Outro problema que deve ocorrer com a redução das zonas eleitorais diz respeito ao próprio trabalho dos promotores de Justiça. "Não existindo uma fiscalização ampla pelo Ministério Público, vai haver um total abandono. Hoje já é muito difícil fazer essa fiscalização in loco", pontuou o presidente da APMP. 

Ouça a entrevista na íntegra:

 

Fábio Lima
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