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Catalunha tem 465 feridos durante referendo "ilegal"

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Até agora, mais de 465 pessoas foram atendidas por serviços médicos em decorrência da ação policial para reprimir o referendo pela independência da região autônoma da Catalunha, convocado por separatistas neste domingo (1º) e considerado ilegal pelo governo espanhol. Entre as vítimas, 465 eram civis e 11 eram agentes de segurança. O número deve aumentar até o fim do dia.

Segundo o serviço de emergência catalão, a maioria das vítimas sofreu ferimentos leves. Três estão em estado mais grave, segundo os serviços de emergência. Nove pessoas foram hospitalizadas. Houve contusões, desmaios e ataques de pânico.

A Polícia Nacional e a Guarda Civil, duas corporações que enviaram um reforço de mais de dez mil homens para a Catalunha, invadiram várias escolas em toda região para apreender urnas e cédulas, na tentativa de impedir a consulta proibida pela Justiça espanhola.

Segundo a Reuters, a polícia espanhola disparou balas de borracha em rua de Barcelona devido a distúrbios envolvendo o referendo.

O Ministério do Interior da Espanha disse que três pessoas foram presas, inclusive uma jovem mulher, por desobediência e agressão durante os confrontos.

O Ministério do Interior afirma ter fechado 92 colégios eleitorais do que chamou de "referendo ilegal" na Catalunha. O balanço foi feito até as 17h locais, 12h de Brasília.

O jogo entre Barcelona e Las Palmas pela Liga Espanhola será jogado com portões fechados após os incidentes provocados pelo referendo, segundo o clube. Antes, havia sido divulgado que o jogo seria cancelado.

Reação dos governos
O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, diz que há "violência injustificada" do Estado espanhol. Ele próprio não conseguiu votar no ginásio onde estava previsto inicialmente, já que a Guarda Civil entrou à força e assumiu o controle.

Puigdemont seguiu para uma seção eleitoral próxima para depositar sua cédula. A alteração foi possível, porque, no último minuto, o governo catalão instaurou um cadastro único de eleitores. Com isso, os 5,3 milhões de catalães convocados às urnas podem votar em qualquer um dos 2.135 postos anunciados.

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Puigdemont denunciou "o uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol". Segundo ele, a imagem externa do Estado "continua piorando e chegou hoje a níveis de vergonha que vão acompanhá-lo para sempre".

"Será o Estado espanhol que deverá explicar ao mundo o que fez hoje na Catalunha", afirmou a presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, depois de votar.

O representante do governo espanhol de Mariano Rajoy, Enric Millo, pediu ao Executivo catalão que ponha fim a o que chamou de "farsa" do referendo.

"O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, e sua equipe são os únicos responsáveis por tudo que aconteceu ontem e por tudo que poderá acontecer, se não puserem fim a essa farsa".

Jeremy Corbin, líder do Partido Trabalhista britânico, disse que a violência policial contra a população da Catalunha é "chocante" e precisa acabar.

Sentimento separatista
Entenda o movimento separatista da Catalunha:
Os separatistas são maioria no Parlamento catalão desde 2015, mas as pesquisas indicam que a sociedade catalã está muito dividida. A última pesquisa feita pelo governo catalão, em junho, mostrou que 49% eram contra a independência e 41% a favor.

No referendo de 2014, que também foi declarado inconstitucional por Madri, quase 1,9 milhão (80%) de catalães votaram pela independência, embora a participação tenha sido de 37%.

O embate entre autoridades da Catalunha e do governo central da Espanha em torno do referendo independentista desperta a curiosidade sobre o movimento separatista na região e suas motivações.

O sentimento separatista surge de uma soma de diversos fatores, entre eles históricos, culturais e econômicos.

 

Fonte: G1

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