O Ministério Público do Piauí abriu um procedimento para investigar a denúncia de que dois bebês teriam morrido por conta de altas temperaturas na UTI neonatal da Maternidade Dona Evangelina Rosa. A denúncia partiu da vereadora Teresa Britto durante audiência entre o MP e gestores da Secretaria de Saúde e da maternidade, sobre uma inspeção realizada em setembro.

Segundo a promotora Karla Daniela Carvalho, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS) do MP, a denúncia da vereadora é que os bebês teriam morrido de calor, e segundo ela, os gestores admitiram que o ar-condicionado do local apresentava problemas. 

"Recebemos a denúncia que consta que a morte dos bebês teria relação com as altas temperaturas da UTI. Eles disseram que efetivamente agora, na UTI, por conta do período quente, os ar condicionados instalados não estavam suportando e já estavam inclusive providenciando a instalação de um novo aparelho para suprir essa deficiência", explicou a promotora.

Karla Daniela acrescenta que os gestores ressaltaram ainda que as temperaturas dos bebês são monitoradas e que seria pouco provável que sua morte tenha relação com a temperatura do local.

Em posse da denúncia, o Ministério Público solicitou que sejam encaminhados esclarecimentos técnicos no que diz respeito ao falecimento destes bebês. "Vamos requisitar do comitê de investigação de óbito da maternidade as conclusões que chegaram no que diz respeito ao óbito, se tem alguma relação ou não com falta de medicamentos, insumos, ou exames laboratoriais, ou mesmo em razão da temperatura inadequada da UTI nesta fase do ano", acrescentou a promotora.

Maternidade nega

Em nota a Maternidade Evangelina Rosa nega a denúncia feita pela parlamentar e acrescenta que o monitoramento da temperatura na UTI é constante. Leia a nota na íntegra:

A diretoria da Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) informa que não procedem as declarações feitas pela vereadora Teresa Brito, na Câmara Municipal de Teresina, sobre óbitos de bebês por calor. A denúncia é inverídica e sem qualquer cabimento.

Esclarece-se que, quando da ocorrência de óbito, é acionado o Comitê de Investigação de Óbitos da Maternidade, para que seja apresentada a causa da morte, em qualquer circunstância do evento. Portanto, a declaração da vereadora não condiz com a realidade e sem respaldo médico e científico para as denúncias citadas.

Ademais, as Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários Neonatal são climatizadas, com monitoramento constante da temperatura, evitando inclusive que o ambiente esteja muito frio ou muito aquecido. 

Frisa-se que a Maternidade Dona Evangelina Rosa conta com equipes multiprofissionais qualificados e que acompanham diuturnamente os pacientes e a qualquer intercorrência são realizados os procedimentos necessários para a assistência devida ao paciente.

Rayldo Pereira
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