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Dólar atinge a sua maior cotação dos últimos quatro meses

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Depois de abrir o pregão em baixa nesta sexta-feira, o dólar comercial inverteu o movimento e bateu sua maior cotação em quatro meses, impulsionado pela conjuntura internacional. A moeda americana avançou 1,28% ante o real, fechando a R$ 3,308. Desde setembro, a moeda já acumula uma alta de 6,88%. Na Bolsa, depois de um pregão de muita oscilação, o índice Ibovespa também ficou no positivo, subindo 0,12%, a 73.915 pontos.

Na máxima do dia, a divisa chegou a bater R$ 3,335, puxada pelo do resultado do setor industrial americano em outubro. Segundo analistas, os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, em especial os de produtos não-manufaturados e pedidos de fábrica, surpreenderam e serviram para reforçar o cenário de estabilidade econômica dos Estados Unidos. No exterior, o dollar index spot, índice que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, fechou em alta de 0,30%.

No início do dia, o resultado da criação de postos de emprego nos Estados Unidos — que veio abaixo do esperado — ajudou a conter o fortalecimento da moeda. Ao todo, foram criadas 261 mil vagas de trabalho em outubro, menos do que as 310 mil estimadas pelo mercado. Já a taxa de desemprego caiu para 4,1%, ante 4,2% registrados em setembro.

— Inicialmente, o payroll (que reúne dados do mercado de trabalho do setor público e privado) deixou o dólar um pouco mais comportado, mas logo em sequência saíram dados da indústria americana, que vieram muito acima do previsto, e fortaleceram a moeda. A partir daí, houve um princípio de pânico dos mercados emergentes, porque as moedas desses países começaram a desvalorizar rapidamente — disse Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research, lembrando que foi este movimento do câmbio que fez a Bolsa cair ao longo do dia. — Quando o mercado percebeu que essa alta do dólar foi exagerada, a Bolsa se recuperou e, por isso, voltou ao positivo, mas sempre próxima à estabilidade.

Apesar de o dólar ter se fortalecido frente a diversas divisas, na seara das moedas emergentes, o real foi um dos que mais sofreram com a alta. Em um ranking de 23 moedas, a brasileira foi a quarta pior, na frente apenas das divisas da Rússia, África do Sul e Turquia.

A nomeação de Jerome Powell para o lugar de Janet Yellen na presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduziu as expectativas de um novo aumento de juros pela instituição. Com isso, o cenário doméstico começou a pesar então sobre a Bolsa e o câmbio.

O nome de Powell representa a continuação de uma política de aperto de juros gradual — o que, em última instância, significa que investidores, que poderiam deixar o Brasil atrás de juros maiores, irão continuar por aqui.

— Agora, acabaram-se as expectativas acerca dos eventos internacionais, e o mercado se volta para a esfera doméstica. Mas tanto nessa semana como na próxima, temos uma agenda fraca e um cenário de incertezas políticas, com a reforma da Previdência cada vez mais incerta. E isso faz com que os investidores tenham mais cautela — explica Pedro Galdi, analista da Magliano.

Na Bolsa, o principal impacto positivo veio das commodities. Enquanto os papéis da Gerdau valorizaram 4%, a R$ 5,15, a Vale subiu 2,19%, negociada a R$ 33,54. A mineradora foi impulsionada pelos preços do minério de ferro na Bolsa chinesa, que fecharam em alta.

Já quem pressionou para baixo foram as Lojas Americanas. Com queda de 7,2%, suas ações foram negociadas a R$ 15,85. Para o analista Hersz Ferman, da Elite Corretora, a divulgação ontem dos resultados vieram aquém do esperado.

Com o impasse sobre a divisão dos ganhos com a privatização da Eletrobras, conforme O GLOBO informou em sua edição impressa nesta sexta-feira, as ações da estatal também pressionaram o Ibovespa. As ações ordinárias (com direito a voto) caíram 5,16%, a R$ 19,68, e os papeis preferenciais tiveram queda de 4,33%, a R$ 22,77.

Segundo a reportagem, enquanto a proposta da equipe do setor elétrico é separar igualmente o montante entre Tesouro, Eletrobras e um fundo setorial (como forma de diluir o impacto do processo nas contas de luz), o Ministério da Fazenda quer que o Tesouro fique com parcela maior.

Em Wall Street, as ações da Apple puxaram a Nasdaq, que fechou o pregão com ganho de 0,74%, aos 6.764,44 — batendo recorde históricos. A gigante de tecnologia divulgou seu resultado trimestral forte e minimizou as preocupações relacionadas ao iPhone X, levando mais analistas a avaliar a empresa na casa de US$ 1 trilhão.

O papel da empresa da maçã subiu 2,61%, negociado a US$ 172,50. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,10%, e bateu pela primeira vez 23.539,19 mil pontos, recorde em mais de 121 anos de história; além dele, o S&P 500 com alta de 0,31% a 2.587,84 pontos também rompendo o patamar.


Fonte: O Globo

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