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Escritora Judith Butler sofre agressão em São Paulo

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Após protestos contra e a favor de suas palestras no Brasil, a filósofa e escritora Judith Butler foi agredida no aeroporto de Congonhas, na manhã desta sexta-feira. Segundo relatos publicados no Twitter, Judith foi abordada por uma mulher que portava uma placa contra a sua presença no Brasil. Wendy Brown, esposa da escritora, e uma outra mulher que saiu em sua defesa também teriam sido agredidas. De acordo com o Twitter, a agressora teria sido detida no aeroporto. A assessoria de imprensa da Infraero, que administra Congonhas, ainda não confirmou o ocorrido. 

O filósofo e professor Vladimir Safatle, um dos articuladores da vinda da autora a São Paulo, confirmou que um pequeno grupo descobriu o horário em que Judith embarcaria e foi até o aeroporto com cartazes e faixas.

— Por conta das ameaças prévias, toda a permanência da Judith em São Paulo demandou um grande esquema de segurança. Ela precisou ser escoltada durante todos os seus trajetos pela cidade, mas hoje achou que poderia embarcar sem problemas e dispensou os seguranças — comenta Safatle.

O professor lamentou os incidentes que marcaram a passagem da escritora pelo Brasil e expressou preocupação com o risco do clima de radicalização afastar intelectuais do país.

— As pelestras da Judith aqui começaram a ser articuladas há muito tempo, e são parte importante do processo de internacionalização das universidades brasileiras. Ataques como estes são devastadores para este movimento. Que pensador vai se dispor a vir a um país onde as pessoas queimam bonecos de uma professora como se fosse uma bruxa?

Na última terça-feira, dezenas de manifestantes se reuniram no portão do Sesc Pompeia, em São Paulo, para protestar contra e a favor da participação de Judith Butler no colóquio "Os fins da democracia". O evento, que aconteceu ao longo de três dias, tem gerado polêmica nas redes sociais nas últimas semanas por conta da presença da americana.

Os manifestantes contra a vinda de Judith ao Brasil queimaram uma boneca em tamanho natural com o rosto da autora e protestaram contra o que chamam de "ideologia de gênero", supostamente estilmulada pela obra da filósofa, além de levar cartazes pedindo por intervenção militar e criticando a Organização das Nações Unidas (ONU).

Fonte: O Globo

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