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CPI: Joesley se cala e é chamado de "mafiosinho"


Diante do silêncio do empresário Joesley Batista, dono da JBS, o relator da CPI que investiga a empresa, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), fez ataques diretos a ele. Marun acusou o empresário de fazer parte de uma "conspiração" para derrubar o presidente Michel Temer e afirmou que Joesley era um "mafiosinho de terceira categoria".

— O senhor, que era um mafiosinho de terceira categoria, resolveu achar que era um Al Capone — atacou Marun.

O peemedebista destacou que, na sua delação, o empresário confessou ter pago propina para mais de 1,8 mil políticos ao tratar todas as doações feitas como propina.

— Eu acho que o senhor nem é tão bandido quanto o senhor confessa ser — ironizou.

Marun disse que o empresário e seu grupo cooptaram o ex-procurador Marcello Miller e o protegeram na delação. Criticou ainda o ex-procurador-geral Rodrigo Janot e o ex-chefe de gabinete deste, Eduardo Pelella. Afirmou que Joesley foi "convencido" a gravar o presidente Temer. Destacou ainda que o grupo esperava contar com "boa vontade" do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para homologar a delação por ter auxiliado ele durante sua campanha para nomeação ao cargo.

Antes de Marun, o presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), falou por quase uma hora no que chamou de uma "cronologia" da delação. Ele listou fatos de investigações que haviam contra a empresa e evidenciou diversas vezes a participação de Miller no processo. Após o advogado de Joesley, Ticiano Figueiredo, ter confirmado que ele não responderá a perguntas, Ataídes afirmou que deve pedir a rescisão do acordo, que até o momento encontra-se suspenso. Tal medida já foi adotada em relação a Wesley, irmão de Joesley.

— Diante da clara e da insofismável postura, eu pedi a rescisão deles, uma vez que tinham obrigação de colaborar e não os fizeram. Eu alerto Vossa Senhoria com relação a isso aqui. Evidente que essa comissão usará a legislação para tomar providência se o senhor permanecer em silêncio — disse Ataídes.

A ameaça não surtiu efeito e até agora a única frase dita por Joesley em resposta às perguntas foi:

— Me mantenho em silêncio.

Fonte: O Globo

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