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Corpo da atriz Eva Todor é velado no Theatro Municipal do Rio

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Corpo de Eva Todor é velado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)

Atualizada às 17h25

O corpo da atriz Eva Todor foi velado na manhã desta segunda-feira (11) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela morreu no domingo (10), em casa, em decorrência de uma pneumonia. Fãs, amigos e familiares foram prestar as últimas homenagens à atriz.

O velório foi aberto ao público até as 11h. Às 11h15, o caixão com o corpo da atriz foi retirado do Theatro e levado para o Memorial do Carmo, no Caju, onde será cremado. A cerimônia de cremação, restrita a familiares e amigos, teve início às 16h. 

Muito emocionada e chorando muito, a atriz Teresa Amayo destacou que o teatro está de luto. "Ela veio de fora, mas era a mais brasileira dos brasileiros. Era amada por todos, adorada. Tão adorada que não podemos deixar de chorar por ela. Espero que o público nunca esqueça dela", disse Teresa.

A atriz Natalia Timberg disse que o momento só não é mais difícil porque Eva descansou. "Ela não poderia estar vivendo, porque quando ela deixou de atuar, deixou de viver. Ela deve estar atuando em outro plano. Nós temos um país meio desmemoriado. Mas eu acho que até isso ela vence. Porque a imagem da Eva, do sorriso, da força, da alegria, estão marcados em todos nós", declarou.


Atriz Teresa Amayo destacou que o teatro brasileiro está em luto pela morte de Eva Todor. (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

A sobrinha Érika Doria lembrou que ela e Eva eram muito amigas, embora nem fossem parentes de sangue. Ela era na verdade sobrinha do marido de Eva.

"Ela era uma pessoa muito alegre, muito tranquila. Convivíamos muito, gostávamos de jogar biriba. E ficava impressionada como ela tinha uma identificação grande com o público e como era querida por ele. A arte era tudo para ela, basta dizer que era bailarina aos 4 anos. Era muito alegre. Viveu muito feliz. Agora a família está acabando. Ela se foi e só tenho mais uma tia que tem 100 anos", contou.

A sobrinha da atriz fez questão de ressaltar ainda que a tia conservava a veia cômica que a consagrou. "Ela era uma pessoa muito alegre, muito especial", destacou.

A atriz Susana Faini diz que foi uma honra ser amiga de Eva. Muito emocionada, chorou ao dizer que Eva vai deixar saudades.


A atriz Nathalia Timberg compareceu ao velório de Eva Todor (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)

O diretor teatral Fernando Bicudo lembrou que Eva era a frequentadora mais assídua do Theatro Municipal da classe artística. "Eva irradiava luz e alegria. Junto com Dercy Gonçalves e Zezé Macedo formava a Santíssima Trindade da comédia brasileira. Era a artista completa, mas sua vocação era a comédia", disse Bicudo.

O colecionador e amigo de Eva, Marcelo Del Cima, detentor do acervo dos direitos de imagem da atriz, está construindo cento cultural na Glória, Zona Sul do Rio, em sua memória. O local, que deve ser inaugurado em 2018 vai guardar também o acervo da atriz Maria Della Costa.

"Eva era uma atriz muito querida. Quando saía com ela ficava impressionado com o carinho do público na rua. Era de um talento imenso. Entreter várias gerações desde os anos 30. Era uma amiga extraordinária, de muita sensibilidade", disse Del Cima.

Com mais de 80 anos de carreira no teatro e na TV, Eva sofria de Mal de Parkinson, além de problemas cardíacos, e vivia reclusa em sua casa, na Zona Sul do Rio. Seu último trabalho na TV foi na novela "Salve Jorge", de 2012.

Eva estava em internação domiciliar (home care) desde o dia 9 de setembro deste ano. Antes, a atriz havia sido internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio. Ela era viúva e não tinha filhos.


Eva Todor em "Partido Alto", de 1984 (Foto: Nelson di Rago/Globo)

Carreira

Antes de ganhar as TVs do país, Eva Fódor Nolding brilhou nos palcos. O teatro chegou à sua vida nos anos 30, a partir de um convite de Mário Nunes, crítico do Jornal do Brasil, para atuar em uma peça com Dulcina de Moraes. Ela não foi aprovada, mas Mário a convidou para fazer teatro de revista no Teatro Recreio. Nessa época, adotou Todor, uma versão aportuguesada de seu sobrenome.

Com o sucesso, foi convidada para seu primeiro longa-metragem, em 1960, “Os Dois Ladrões”, de Carlos Manga, quando atuou ao lado de Oscarito.

No ano seguinte, estreou na televisão. Foi contratada pela TV Tupi para estrelar “As Aventuras de Eva” e para participar de “E Nós, Aonde Vamos?”, última novela da autora cubana Glória Magadan escrita no Brasil, em 1970.

Eva fez alguns papéis dramáticos --como em “De Olho na Amélia”, de Georges Feydeau, que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz, em 1969--, mas brilhou mesmo nas comédias, gênero no qual se consagrou.

A atriz estreou na TV Globo como Kiki Blanche, em “Locomotivas” (1977), de Cassiano Gabus Mendes, primeira novela colorida no horário das 19h.
A partir daí, não parou mais, sempre atuando com o que chamava de “gênero Eva”, um humor fino que virou sua marca registrada. Ela fez "Coração Alado" (1980), "Sétimo Sentido" (1982), "O Outro" (1987), "Top Model" (1989), “Suave Veneno” (1999), "O Cravo e a Rosa" (2000), "América" (2005) e "Caminho das Índias" (2009). Eva também atuou em minisséries e especiais, como “Brava Gente”, “Você Decide”, “Malhação”, “Hilda Furacão”, “Sob Nova Direção”, “A Diarista” e “Casos e Acasos”.

Sua última aparição na TV foi em 2012, na novela “Salve Jorge”, na qual interpretou Dália. No mesmo ano, fez uma participação especial em “As Brasileiras”.


Eva Todor em "O Cravo e a Rosa", de 2000 (Foto: Cristiana Isidoro/Globo)

Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz fez um balanço extremamente positivo da própria carreira:

“Posso ser vaidosa? Pretensiosa? Avalio minha carreira brilhante: longa, sem tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e além-mar", disse.

"Estive três vezes com a minha companhia, por conta própria, na Europa. Uma vez eu fiz uma temporada em Lisboa de 11 meses. Levei minha companhia para a África. Tudo o que eu tenho, conquistei com teatro e ajudada pela televisão. Viajei há pouco tempo para a Argentina, e fui numa casa de tango. Quando entrei, recebi uma salva de palmas – só tinha brasileiro", continuou.

A atriz estreou na TV Globo como Kiki Blanche, em “Locomotivas” (1977), de Cassiano Gabus Mendes, primeira novela colorida no horário das 19h.
A partir daí, não parou mais, sempre atuando com o que chamava de “gênero Eva”, um humor fino que virou sua marca registrada. Ela fez "Coração Alado" (1980), "Sétimo Sentido" (1982), "O Outro" (1987), "Top Model" (1989), “Suave Veneno” (1999), "O Cravo e a Rosa" (2000), "América" (2005) e "Caminho das Índias" (2009). Eva também atuou em minisséries e especiais, como “Brava Gente”, “Você Decide”, “Malhação”, “Hilda Furacão”, “Sob Nova Direção”, “A Diarista” e “Casos e Acasos”.

Sua última aparição na TV foi em 2012, na novela “Salve Jorge”, na qual interpretou Dália. No mesmo ano, fez uma participação especial em “As Brasileiras”.

Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz fez um balanço extremamente positivo da própria carreira:

“Posso ser vaidosa? Pretensiosa? Avalio minha carreira brilhante: longa, sem tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e além-mar", disse.

"Estive três vezes com a minha companhia, por conta própria, na Europa. Uma vez eu fiz uma temporada em Lisboa de 11 meses. Levei minha companhia para a África. Tudo o que eu tenho, conquistei com teatro e ajudada pela televisão. Viajei há pouco tempo para a Argentina, e fui numa casa de tango. Quando entrei, recebi uma salva de palmas – só tinha brasileiro", continuou.

 

Fonte: G1 

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