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George Clooney volta à direção em comédia com ares de drama social

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Incontáveis mal-entendidos e uma pilha de corpos de personagens, muitos castigados por ações nada éticas. No cômputo final da comédia Suburbicon: Bem-vindos ao paraíso!, há ainda espaço para crítica social, um tanto deslocada mas, nem por isso, mal-vinda.

Suburbicon é a cidade idealizada na trama do filme de onde se tira muito da assinatura dos irmãos Joel e Ethan Coen, coautores do roteiro. Diretores de filmes como Ave, César! e Queime depois de ler, os Coen sabem doutrinar um riso pelo mórbido, a partir de pitadas de nervosismo.

O longa, dirigido pelo ator e cineasta George Clooney, passou algo despercebido em 2017, à exceção de ter integrado o Festival de Veneza. Excelente em Extraordinário, o pequeno ator Noah Jupe (novamente, proeminente) vive Nick na trama em que o pai, Gardner, é feito por Matt Damon e a mãe é Julianne Moore (em papel de gêmeas).

Cercado pela perfeição, numa cidade planejada nos anos 1950, Nicky vai ser exposto à degradação moral e social. Pouco a pouco, descobre que o preconceito contra a família da vizinha interpretada por Karimah Westbrooke é fichinha. Ainda assim é assombrosa a atitude dos “civilizados” brancos que impõem barreiras à integração racial para os recém-chegados negros.

Um assalto relativamente amigável é o que realmente interessa no enredo: nele, Gardner, o pai de família, não parece tão atuante (como vítima) e eventos da noite do crime revolucionarão a vida de Nicky.

Depois de investir num filme quadradão como Caçadores de obras-primas, o cineasta Clooney parece mais disposto a conversar com quem tenha gostado de Boa noite e boa sorte (2005) e Tudo pelo poder (2011), mesmo com contexto crítico abrandado.

Pode não haver a maior das originalidades em Suburbicon, mas a fuga de esquemões de estúdios tem soado, cada vez mais, como bálsamo. Pelo humor desajeitado é um filme a ser considerado, e que distrai. Numa das melhores cenas — em torno de uma apólice de seguro — tanto o ator Oscar Isaac quanto Julianne Moore mostram a que vieram. Na trama sobre desajuste social, quem também marca presença é o ator Gary Basaraba, que defende o amoroso tio Mitch.

 


Fonte: Correio Brasiliense

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