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Plano de parcelamento sem juros no cartão não existe

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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (Wilson Dias/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária trabalha para reduzir distorções no mercado de cartão de crédito e os custos do sistema, mas ressaltou que não há planos para se acabar com o parcelamento sem juros no cartão, como chegou a ser noticiado. “O consumidor precisa saber que o parcelamento tem juros, nada é de graça”, disse, ao responder perguntas de empresários em evento da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.

“Estamos tentando mexer no sistema para eliminar distorções”, disse Ilan.

Na apresentação ele ressaltou que o BC quer estimular o uso de meios eletrônicos de pagamentos, como o cartão, para substituir o papel moeda. O meio é mais eficiente e ajuda a evitar coisas como a lavagem de dinheiro, segundo ele.

Ao falar da necessidade de financiamento de longo prazo, Ilan mencionou que inflação baixa e estabilidade macroeconômica são um “insumo” importante para permitir que este mercado se desenvolva. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai continuar tendo seu papel, mas o mercado de capitais deve ganhar peso como financiador para projetos de infraestrutura, disse ele.

Proposta apresentada pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) ao BC prevê que cfiação de uma nova modalidade de financiamento alternativa ao parcelamento sem juros. O produto funcionaria como um crediário e prevê que lojistas recebam o valor integral diretamente dos bancos cinco dias após a compra – em troca, os consumidores passariam a negociar o pagamento diretamente com os bancos, que teriam autonomia para determinar como e em quantas parcelas o valor deve ser pago.

Segundo reportagem do Valor Econômico, a intenção é que a proposta substitua o modelo de parcelamento “sem juros”, que só existe no Brasil. Nesse sistema, os lojistas negociam as parcelas com os consumidores e recebem a primeira parte da compra em 30 dias.

A proposta, entretanto, opõe comerciantes e empresas do setor de cartões. A Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP) afirmou que é contrária à substituição pela nova modalidade, pois acredita que os comerciantes deveriam ter liberdade para “definir suas práticas de negócio”, “considerando sua capacidade, seus parceiros e a necessidade e conveniência de seus clientes”. Ainda assim, se o sistema for aprovado, a instituição defende que “o recebimento das vendas pelo lojista seja realizado no dia seguinte à operação, em vez de cinco”.

 

Fonte: Veja

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