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Mulher consegue reconstruir a vida com apoio do Centro Esperança Garcia

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“Base” é como Antônia Oliveira, 37 anos, define o Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência Esperança Garcia (CREG). Moradora do bairro Areias, ela já vivenciou diversos tipos de violência, tanto em relacionamentos amorosos quanto na família. De início, Antônia relutou em procurar ajuda. “É muito chato você ter que contar sua história de violência, mas depois da separação e do novo relacionamento, as coisas foram se acumulando e eu fui procurar uma base para ter para onde correr e saber lidar com a situação”, relata.

Foi pensando nos 3 filhos, de 15, 13 e 12 anos, que Antônia conseguiu se fortalecer. Após receber um chute de seu irmão, ela teve que passar por uma cirurgia de retirada do baço. Sofria também agressões do ex-marido, que já chegou a lhe perseguir com uma faca, ameaçava e não a ajudou quando seu irmão a agrediu. “Ele nem se mexeu”, conta Antônia Oliveira.

Oliveira ainda tentou um novo relacionamento, mas não se sentia feliz. “Ele não me batia, mas me agredia com palavras”, diz. Por meio do tratamento psicológico que recebe no CREG, ela já consegue entender o que passou. “A gente acha que o problema sempre foi com a gente e não vai resolver, mas hoje está acontecendo tanta coisa boa que quando eu não vou para o CREG fico arrependida”, conta Oliveira.

Para a mulher, o tratamento também depende dela. “Eles me ajudam, mas se eu me empenhar mais, eu me ajudo mais”, e não pretende entrar em um relacionamento tão cedo. “Não estou casada e pretendo continuar assim para viver melhor ainda. Já tive vontade de casar, mas acho que o melhor agora para mim é estar só. Só eu e meus filhos”, completa.

Centro de Referência atendeu 97 mulheres somente em 2017

Há dois anos, o Centro de Referência Esperança Garcia atende mulheres de toda a capital, oferecendo assistência jurídica, social e psicológica. “O CREG tem como objetivo atender a mulher em situação de violência doméstica, familiar e outras de gênero, por meio do trabalho da equipe multiprofissional: psicóloga, assistente social e assessora jurídica, cada uma na sua esfera”, explica Roberta Mara, coordenadora do Centro.

Durante o ano de 2017, foram atendidas 97 mulheres. Elas podem ser encaminhadas pela delegacia especializada no atendimento à mulher ou irem direto ao Centro, onde recebem inclusive apoio de uma advogada para a denúncia e acompanhamento do processo. Mas, denunciar nem sempre é fácil, como aponta a psicóloga, Claryce Teixeira. “No primeiro atendimento a psicóloga e a assistente social procuram entender todo o histórico dessa mulher. Na parte psicológica, trabalhamos sua fragilidade e fazemos o encorajamento dela para acompanhar todo o processo, mas a decisão de denunciar ou não é sempre da usuária”, afirma.

Além do atendimento direto, o CREG também promove grupos reflexivos, atividades externas e sensibilização para que a mulher se sinta acolhida. O espaço também conta com uma brinquedoteca para que elas possam deixar os filhos em um lugar seguro.

O CREG atende das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira, na Rua Lisandro Nogueira, número 1796, Centro de Teresina. Ele está vinculado à Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), em parceria com a Ação Social Arquidiocesana (ASA). O contato para mais informações é 3233-3798.

 

Da redação
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