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Torcida do Fortaleza nega elo com 7 mortes em ataque

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Foto: André Teixeira/G1 CE

A Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) negou que as sete mortes ocorridas na noite de sexta-feira (9) no Bairro Benfica, na capital, tenha como causa a rivalidade entre as torcidas de times cearenses. A instituição também lamentou os ataques criminosos e as mortes dos torcedores do Fortaleza. No sábado (10), o Ministério Público do Ceará (MPCE) cobrou a extinção das torcidas organizadas do estado.

Sete pessoas foram assassinadas em uma série de ataques na Praça da Gentilândia, no Bairro Benfica, e próximo à sede da TUF. Um suspeito foi identificado, mas ninguém foi preso, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A polícia investiga se o tráfico de drogas e uma possível rixa entre as torcidas motivaram os assassinatos. Dois torcedores baleados no ataques seguem internados no Instituto Dr. José Frota (IJF).

A nota da TUF foi publicada na página oficial da torcida em uma rede social. Na mensagem, é feita referência a Adenilton da Silva Ferreira, Emilson Bandeira de Melo Júnior, Pedro Braga Barroso Neto e Carlos Victor Meneses Barros, torcedores do Fortaleza mortos na chacina.

"Seus legados, companheirismo e suas ações em prol Leões da TUF jamais serão esquecidas", diz a nota.

A torcida organizada agradeceu ainda as manifestações de solidariedade de grupos rivais, como a Torcida Organizada Cearamor e o Movimento Organizado Força Independente, que também publicaram nota de pesar pela chacina.

Enterros
Adenilton da Silva Ferreira, que era conhecido como "Mascote", foi enterrado na manhã deste domingo no cemitério Memorial de Fortaleza, em Maracanaú, Região Metropolitana da capital. Familiares, amigos e torcedores do time Fortaleza estiveram no sepultamento, mas não quiseram comentar sobre o assassinato.

Já Emilson Bandeira de Melo Júnior, o "Juninho", foi sepultado no cemitério da Pacatuba. Os familiares também preferiram não dar entrevistas.

Comoção
Mais cedo, o pai de Carlos Victor Meneses Barros, Antônio Carlos da Silva, afirmou que o jovem não fazia parte da torcida organizada.

"Nunca foi (de torcida organizada), ele torcia para o Fortaleza porque qualquer cidadão torce para um time. Ele trabalha numa lotérica, é o primeiro emprego dele. Eu perdi a única coisa da minha vida, é ele. Eu só tinha ele", lamentou.

Pai de uma das vítimas afirma que filho estava no lugar errado, na hora errada
A diretoria da TUF também afirmou que o fato ocorrido não possui ligações com possível rivalidade entre as torcidas organizadas da capital.

"Nos provocou uma sensação de insulto por parte da mídia noticiar tal fato, além das declarações do Secretário da Segurança Pública que, para maquiar seu péssimo trabalho, se pronuncia noticiando confronto entre torcidas", diz a nota da TUF.

Investigação
Em coletiva de imprensa realizada na tarde deste sábado (10), o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, apontou que há duas hipóteses diferentes para os ataques: enquanto na Praça da Gentilândia a motivação possa ter sido o tráfico de drogas, na sede da TUF pode ter ligação com uma briga de torcidas que deixou dois torcedores feridos no fim de semana anterior.

A polícia trabalha com duas hipóteses diferentes para os ataques:

No ataque na Praça da Gentilândia, que deixou três mortos, duas das vítimas vendiam droga no local. Uma delas portava uma pochete com droga, maconha e crack, e dinheiro, disse o secretário. Este ataque pode ser motivado por tráfico de drogas.

No tiroteio perto da sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), os disparos foram aleatórios. Na fuga, os mesmos criminosos atiraram contra pessoas que usavam uniforme da torcida organizada na Rua Joaquim Magalhães. Para a secretaria, pode haver ligação com uma briga de torcidas que deixou dois torcedores feridos no fim de semana anterior.

Após a chacina, o Ministério Público do Ceará solicitou a extinção das atividades da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), da Torcida Organizada Jovem Garra Tricolor (JGT), e da Associação Torcida Organizada Cearamor.

No documento, o MP-CE lamentou as últimas mortes ocorridas em Fortaleza, e a sequência de assassinatos . A maioria das vítimas era supostamente ligada a torcidas organizadas de times do futebol cearense, de acordo com as investigações do órgão.

 

Fonte: G1

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