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Donald Trump demite Tillerson e anuncia Mike Pompeo como secretário de Estado dos EUA

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(Foto: SIMON MAINA / AFP)

Ex-secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu o secretário de Estado Rex Tillerson e anunciou, nesta terça-feira (13), Mike Pompeo para o cargo.

O secretário de Estado é escolhido pelo presidente e, nos EUA, é o responsável por orientar o chefe do Executivo a respeito da política externa. Também cabe ao secretário executar as políticas externas estabelecidas pelo presidente, com a ajuda de outros departamentos como o Serviço de Relações Exteriores e a Agência para o Desenvolvimento Internacional dos EUA.

Em sua declaração, o presidente não deu explicação para a mudança. Nesta terça, falando na Casa Branca antes de viajar para a Califórnia, Trump garantiu que tomou a decisão sozinho e admitiu desacordos com Tillerson, principalmente sobre a postura dos EUA diante do Irã.

O cargo de diretor da CIA, que até agora pertencia a Pompeo, ficará com Gina Haspel, primeira mulher a assumir o posto.

O anúncio foi feito por Trump em seu Twitter. "Mike Pompeo, diretor da CIA, vai se tornar nosso novo Secretário de Estado. Ele fará um trabalho fantástico! Obrigado, Rex Tillerson, por seu serviço! Gina Haspel vai se tornar a nova diretora da CIA, e a primeira mulher escolhida para o cargo. Parabéns a todos!"

Tillerson retornou de uma viagem ao continente africano horas antes do anúncio de Trump. De acordo com a Associated Press, o presidente não deu nenhuma satisfação a Tillerson sobre sua demissão. Ainda segundo a mesma fonte, o ex-secretário de Estado desejava continuar no posto.

Segundo uma fonte da Casa Branca citada pela agência de notícias Reuters e pela emissora americana CNN, a demissão de Tillerson tem a ver com o desejo do presidente em ter uma equipe "nova" liderando suas negociações com a Coreia do Norte, e uma série de acordos comerciais que estão em curso.

A saída de Tillerson do cargo representa a maior troca no governo Trump até o momento. Os rumores de que Tillerson deixaria o cargo começaram ainda em 2017. Em outubro, uma reportagem da NBC News afirmou que ele esteve perto de renunciar após tensões com Trump.

A reportagem dizia que Tillerson chegou a chamar o presidente de "imbecil" na presença de vários membros do governo. A publicação afirmava que ele tinha sido convencido pelo vice-presidente, Mike Pence, e outras autoridades a permanecer no cargo.

(Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Diretor da CIA, Mike Pompeo

Divergências
Publicamente, Trump criticou várias iniciativas diplomáticas de Tillerson, incluindo na última segunda-feira (13), quando os comentários do ex-secretário sobre o envenenamento de um ex-espião russo na Inglaterra pareciam em desacordo com os da Casa Branca - que foi mais ponderada e evitou fazer mençoes diretas à Rússia.

Falando sobre o assunto, o presidente afirmou que planeja falar com a premiê britânica, Theresa May, ainda nesta terça sobre o tema. "Me parece que foi a Rússia, baseado em todas as evidências que eles [britânicos] têm", disse Trump. "Assim que tivemos os fatos claros, se concordamos com eles, vamos condenar a Rússia ou quem quer que seja".

Trump também falou a respeito do acordo nuclear entre EUA e Irã, firmado em 2015. "O acordo com o Irã achei que era terrível, ele achou que estava bem. Eu queria rompê-lo, ou fazer algo, ele sentia um pouco diferente. Então, realmente, não estávamos pensando do mesmo jeito", completou.

Mike Pompeo
Pompeo, um conservador de 54 anos, deve trazer uma série de novos ativos para o cargo. Os principais são a confiança de Trump, a experiência política e o conhecimento do Congresso e da burocracia federal.

Antes de assumir o comando da CIA, em janeiro, Pompeo era um membro republicano da Câmara dos Deputados dos EUA, representando o Kansas. Ele é um oficial aposentado do Exército, formado pela Academia Militar dos EUA de West Point e com graduado em direito na Universidade de Harvard.

Pompeo, de 54 anos, regularmente informa Trump a respeito de questões de inteligência, e é considerado, dentro do círculo do presidente, uma das vozes mais "linha-dura" a respeito da Coreia do Norte.

O agora secretário de Estado também minimizou a extensão da suposta intervenção russa nas eleições presidenciais americanas em 2016, dizendo que Moscou já tentava influenciar os pleitos americanos há decadas. A questão é uma das maiores polêmicas dentro da administração Trump.

Assim como o presidente, Pompeo é um severo crítico do Irã, e já defendeu o desmantelamento do acordo firmado em 2015, sob a administração de Barack Obama, que interrompe o programa nuclear do país em troca do alívio de sanções. Em outubro, ele disse que o Irã estava montando um aparato para "ser o poder hegemônico da região".

Fonte: G1 

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