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Dança do ventre resgata autoestima e traz empoderamento feminino

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A dança do ventre vai muito além do movimento do corpo e da alma. Ela busca em cada passo resgatar a autoestima de muitas mulheres que, um dia, deixou de vivê-la em sua plenitude, como, por exemplo, àquelas que enfrentam o câncer de mama. A depressão também é uma das doenças que faz muitas mulheres deixarem de lado o cuidado diário com a mente, o corpo e sua imagem.

“A dança do ventre não é somente sensualidade, como muitos pensam, mas também feminilidade. A mulher vai dançando, se olhando no espelho, e se admirando. Ela também traz muitos benefícios, há o torneamento do corpo, perda de caloria”, relata a professora de dança do ventre, Izabell Lins, que há 12 anos começou a dançar e há oito abriu um estúdio para ensinar outras mulheres essa modalidade.

“Eu falo muito da questão do empoderamento feminino, da mulher que se olha e se sente mais bonita, mais valorizada por si mesma, se amando mais”, conta Izabell, acrescentando que a dança é importante para qualquer idade e “corpo de mulher”. Em sua turma, por exemplo, tem de crianças a “vovozinhas”.

Falando nisso, a professora ressalta que não existe “corpo perfeito” para a dança do ventre, basta à vontade e o desejo de ficar na ponta do pé, equilibrar os braços, girar o quadril, soltar e encolher a barriga de acordo com a música.
 


Dancing Divas em apresentação no Theatro 4 de Setembro (foto: arquivo pessoal)


Dancing Divas

Exemplo disso é a aluna Vanessa Alves, de 38 anos, que conheceu a dança do ventre após iniciar um tratamento contra um câncer em 2009.  Atualmente, ela entrega o projeto Dancing Divas, sob o comando da professora Izabell Lins, junto com outras amigas que passaram ou ainda estão em tratamento.

“A dança do ventre e esse projeto tem foco justamente na autoestima, para a mulher entender que ela perdeu uma mama, mas está ganhando vida, a oportunidade de viver. A ideia é trabalhar os movimentos do corpo e a socialização entre essas mulheres (que tiveram ou têm câncer)”, declara Vanessa.

O projeto Dancing Divas nasceu como “Mama Que Dança” em 2009 e, de lá para cá, vem fortalecendo a presença da dança do ventre no resgate da autoestima de mulheres que lutam contra O o câncer. Inicialmente, o projeto atendia apenas as pacientes com câncer de mama, uma parceria com a Fundação Maria Carvalho Santos.

Hoje, o projeto atende as pacientes com qualquer tipo de câncer. Além disso, a paixão que renasce é tão contagiante que muitas alunas, mesmo vencendo o câncer, continuaram dançando no grupo, que já fez diversas apresentações em teatros, hospitais, sindicatos, dentre outros espaços.

“Um dos símbolos femininos são os seios.  E quando elas têm um ou os dois, parte dos seios, retirados faz com que a autoestima caia. Nós abraçamos essa mulher, essa paciente, essa nova bailarina. Fazendo com que elas esqueçam um pouquinho a parte do sofrimento da quimioterapia, da radioterapia, e ela vem para a aula brincar, dançar, se soltar”, ressalta Izabell.

Relembrada por Vanessa e Izabell, a fisioterapeuta e terapeuta reikiana, Ana Célia Faustino é considerada idealizada do projeto. Ana também é voluntária da Fundação Maria Carvalho Santos e conta um pouco sobre como surgiu o projeto. 

“Como eu convivo muito tempo com as pacientes em tratamento, acabo tendo um conto mais próximo, e a gente acaba conversando sobre muitas coisas, dentre elas a questão da autoestima. Todas as vezes em que eu ia assistir uma apresentação de dança, pensava nas pacientes e nos depoimentos. Demorou muito até achar alguém que tocasse o projeto, até que a Izabell aceitou. Comecei a falar com as pacientes e começou o grupo. Meu Deus, foi muito bom, e continua sendo. Depois da dança, muitas pacientes voltaram a se arrumar, se cuidar, se gostar mais. A vontade de viver voltou a brotar”, relata Ana, que também participa do grupo. 

Curada, Vanessa continua participando do grupo e faz tratamento hormonal por conta da doença, que é protocolo para controlar o câncer. 

“Para mim, dançar é aquele momento que eu tiro para mim, é um momento de atenção da Vanessa para Vanessa. Eu deixo tudo de lado para cuidar de mim. Ela traz a essência de ser mulher e também quebra tatus do corpo, eu, por exemplo, sou ‘gordinha’ e o importante é dançar. Eu sempre fui bem humorada, mas não é todo dia que a gente está bem e a dança ajuda a elevar a autoestima”, revela Vanessa. 

Benefícios 

A professora Izabell Lins resumiu alguns dos benefícios que a dança do ventre proporciona, que é capaz de auxiliar no desenvolvimento:

Biológico

• Regulando os hormônios do aparelho reprodutor;
• Aliviando o desconforto gerado por cólicas;
• Promovendo a irrigação sanguínea no útero, oferecendo maior fertilidade à mulher;
• Regulando os intestinos;

Estético

• Corrige a postura, conferindo elegância e fazendo crescer até três centímetros.
• Modela ombros e braços, dando contornos mais definidos;
• Ao corrigir a postura, eleva os seios, favorecendo seu formato;
• Definindo o corpo feminino, arredonda e endurece quadril e glúteos
• Tonifica e desenvolve os músculos da perna principalmente a região das coxas e panturrilhas;
• Alonga toda a musculatura, deixando a figura mais delgada;
• Dando maior flexibilidade ao corpo em geral, em especial à cintura pélvica e escapular;
• Queimando até 800 calorias por aula de 1 hora (mantendo-se um bom ritmo).

Psicológico 

• Promovendo o autoconhecimento e o estímulo à autoestima;
• Desenvolvendo a sensualidade feminina.

Espirital e energético

• Descongestionando e alinhando os chacras e plexos, canalizando a energias dispersas para os focos de maior necessidade;
• A mulher que pratica a dança do ventre tem ciência de seu próprio corpo;
• É um autoconhecimento que desperta o amor próprio, fazendo-a perceber a beleza que tem interiormente, onde a forma física não é o tipo ditado pela sociedade e sim, sua própria forma, seja ela qual for;
• O auto conhecimento traz à mulher a auto confiança.
• Estimulando a Kundalini, energia vital que desenvolve o processo de felicidade.

Intelectual

* Desenvolvendo as inteligências:
• Corporal – cinestésica – a capacidade de resolver situações com o corpo, transmitindo uma idéia por meio de códigos corporais;
• Espacial – a capacidade de visualizar, criar e se movimentar no espaço, ou seja, melhorando a coordenação motora;
• Interpessoal e intrapessoal – o desenvolvimento do emocional, estimulando a busca interior e o contato social, vencendo as barreiras da timidez;
• Musical – com o aprendizado de ritmos e tempos musicais e a adequação músicacoreografia.

* Segundo a teoria de inteligências múltiplas de Howard Gardner.

Sexual

• Descontraindo a mulher, deixando-a capaz de explicar sua sensualidade natural.

 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

 
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