Arquivo Cidade Verde
As famílias vítimas do rompimento da Barragem de Algodões, localizada no município de Cocal, 280 quilômetros ao norte de Teresina, afirmam que já estão há dois meses sem receber a indenização do governo do Piauí. Para tentar sensibilizar a população e o governo sobre a situação, as famílias farão uma manifestação e estão ameaçando fechar a BR-343, próximo a entrada de Teresina nesta semana.
O presidente da Associação das Vítimas e Amigos da Barragem de Algodões (Avaba), José Corsino, afirmou nesta segunda-feira (7) que não é a primeira vez que o governo atrasa as parcelas e que a única forma de chamar a atenção é fechando a rodovia, porque as famílias precisam muito do dinheiro. “As famílias planejam interromper a BR perto de Teresina, pelo atraso do pagamento. Já são duas parcelas atrasadas”, afirmou o presidente.
José Corsino afirmou que a manifestação é a “última cartada” que as famílias estão tentando para que a parcela seja paga. De acordo com a Avaba, estão atrasadas as parcelas do mês de março e abril, que deveriam ter sido pagas no dia 25 de cada mês respectivo.
A Secretária Estadual de Assistência e Social e Cidadania (SASC), Ana Paula, informou que o pagamento referente até o mês de março foi efetuado no início do mês de maio e que a parcela de abril está prevista para ser paga no dia 10 de maio. Ela não soube informar o motivo do atraso, disse que a Sasc é responsável apenas pelo pagamento às famílias e que os recursos são repassados pela Secretaria de Fazenda do Piauí.
“Elas já receberam o de março e o de abril está atrasado e ficou agendado o pagamento para o dia 10 de maio”, garantiu Ana Paula ao Cidadeverde.com
Entenda o caso
O rompimento da Barragem de Algodões ocorreu em maio de 2009, matando dez pessoas e destruindo casas, plantações e animais em Cocal e em Buriti dos Lopes. Após oito anos do ocorrido, - somente no ano passado - o pagamento começou a ser feito a 970 famílias, após acordo entre o Governo do Estado e a Abav, com a intermediação do Tribunal de Justiça.
O valor da indenização foi fixado em R$ 60 milhões, dividido em 30 parcelas de R$ 2 milhões, a serem pagas no dia 25 de cada mês.
Lyza Freitas
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