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Vereador e 15 familiares "ciganos" são presos pela PF por fraude no INSS

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Atualizada às 14h50

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (08) a “Operação Biditos”, para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes a benefícios assistenciais do INSS, concedidos a idosos e deficientes. Dentre os presos há uma servidora do INSS em Parnaíba, um vereador, um empresário e um funcionário público municipal, todos de Piripiri.

Além dos quatro, outros 15 foram presos, todos integrantes da família do vereador, que se autointitulam de ciganos. O vereador foi identificado como Genival Santos Cordeiro, conhecido como Genival Cigano, que foi preso no Hospital Regional Chagas Rodrigues. O parlamentar é apontado como um dos beneficiários desse esquema.

A polícia disse que o empresário tem participação porque teria ajudado a resgatar documentos de uma das ciganas presas em outubro do ano passado durante uma outra investigação da polícia civil que investigava crime de estelionato.

O delegado da Polícia Federal Lucimar Sobral explicou que o rombo causado pela quadrilha vai muito além dos R$ 320 milhoões que a polícia já conseguiu constatar.

“Levantamentos iniciais até a deflagração dessa operação nós tínhamos 320 benefícios que já haviam sido fraldados por essa organização criminosa, essa quadrilha e a partir das buscas e apreensões realizadas hoje, nós pudemos constatar que o rombo foi muito mais, esses 320 milhões foi apenas uma amostragem do que essa quadrilha conseguiu fraudar me benefícios. Alguns benefícios desses falsos já datam de mais de 10 anos, que eles estão recebendo esses benefícios, alguns são recentes, mas os primeiros que a gente conseguiu identificar já recebem há dez anos e apenas esses 320 inicialmente identificados, nos conseguimos constatar um desvio de mais de 27 milhões para a previdência, então o prejuízo efetivo que o INSS já teve monta mais de R$ 27 milhões", esclareceu.  

A investigação iniciou há aproximadamente oito meses e contou com o apoio da Gerência Executiva do INSS no Piauí.

Foram cumpridos na Operação dez mandados de prisão preventiva, nove de prisão temporária e 29 de busca e apreensão nos municípios de Piripiri, Parnaíba, Brasileira, Cocal, Barras, Tianguá/CE, Tutóia/MA e Paraíso do Tocantins/TO, todos expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Teresina/PI.

Ao todo, 145 Policiais Federais dos Estados do Piauí, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Tocantins estão envolvidos na operação. A deflagração contou ainda com o apoio do Segundo Batalhão da Polícia Militar em Parnaíba/PI.

Prisões em Tutóia-MA

Com o apoio dos policiais militares do 2º BPM, de Parnaíba, foram presas oito pessoas, sendo uma mulher e sete homens no povoado Barro Duro, no município de Tutóia-MA. Além disso, foram apreendidas sete armas (três pistolas e quatro revólveres), carregadores e munições, quatro veículos (01 Hillux, 01 corolla, 02 Toros). 

A Polícia Federal de Parnaíba fez a abordagem ao grupo de ciganos que estava acampado no município de Tutóia.

A polícia também apreendeu uma grande quantidade de cartões bancários e talões de cheques, identidades falsas e outros documentos que comprovariam a prática da fraude.

Todos foram encaminhados para Delegacia da Polícia Federal em Parnaíba.

Prejuízo chega a R$ 27 milhões

Em nota, a Superintedência da Polícia Federal no Piauí informou como agia a quadrilha. "Identificou-se na investigação que a organização criminosa recebia mensalmente cerca de 320 benefícios assistenciais fraudulentos e adotava como modo de agir a criação de pessoas fictícias por meio da falsificação de documentos públicos (tais como certidões de nascimento, carteiras de identidade e CPFs, dentre outros), que eram utilizados para a obtenção dos benefícios em diversas agências do INSS no Piauí e Ceará.

Esses benefícios com indícios de fraude causaram um prejuízo efetivo ao INSS no montante de R$ 27.669.685,27. A Justiça Federal já determinou a suspensão de tais benefícios, medida que evitará um prejuízo mensal ao INSS de R$ 305.280,00 e um prejuízo futuro estimado superior a 19 milhões de reais", destacou na nota.

Os investigados deverão responder pelos crimes de associação criminosa (artigo 288 do CPB), estelionato qualificado (artigo 171, § 3º, do CPB), falsidade ideológica (artigo 299 do CPB) e uso de documento falso (artigo 304 do CPB).

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias dos presos e a suspensão do exercício da função pública para a servidora do INSS e para o servidor da Prefeitura de Piripiri/PI.

Após a lavratura dos procedimentos legais na Superintendência da Polícia Federal os presos serão encaminhados ao Sistema Prisional, onde ficarão custodiados à disposição da Justiça.

O nome da Operação “BIDITOS” decorre da expressão utilizada por alguns dos membros da quadrilha, que se dizem ciganos, para se referirem aos cartões de benefícios do INSS em seu dialeto.

 

Caroline Oliveira e Lyza Freitas
[email protected]

 

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