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Entidades cobram compromisso dos futuros governantes com a Primeira Infância

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A Rede Nacional da Primeira Infância está se organizando para elaborar uma carta-compromisso com a Primeira Infância a ser entregue aos candidatos ao governo estadual e à presidência da República Federativa do Brasil nas eleições 2018. O Brasil tem 19 milhões de crianças na faixa etária de zero a seis anos (Primeira Infância).  

Composta por mais de 200 instituições e criada há 11 anos, a Rede ANDI ressalta a atenção especial às crianças de zero a seis anos, priorizando o desenvolvimento infantil com o combate a violência e o incentivo a educação de qualidade em creches, por exemplo. 

A coordenadora de comunicação da ANDI, Luciana Abade, em visita ao Grupo Cidade Verde na terça-feira (29), explica que a carta será pensada e elaborada com representantes de todo os estados brasileiros. Uma reunião será realizada com as instituições em junho deste ano para que cada estado revele seus dados envolvendo a Primeira Infância, os seus desafios e suas demandas.

“Nós vamos elaborar uma ‘Carta Compromisso’ e a gente vai entregar para todos esses candidatos. A gente não vai só entregar a carta, nós vamos construir materiais para dar insumo a esses candidatos a entenderem as questões e desenvolver políticas públicas voltadas para a Primeira Infância. Esperamos que uma vez eleito, o candidato que se comprometeu com a Agenda da Infância coloque e priorize essa agenda na sua plataforma de governo. E a gente vai cobrar”, ressalta a coordenadora.

Luciana Abade reforçou dois importantes mecanismos na proteção à primeira infância: o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Marco Legal da Primeira Infância. 

A psicóloga Viviane Faria, presente na visita ao Cidadeverde.com, esclareceu que “pesquisas no mundo inteiro mostram que o desenvolvimento da criança de zero a seis anos é determinante para a saúde no futuro, seja ela psicológica ou física” 

“O cérebro ainda está em formação, em desenvolvimento. Quando a criança termina essa fase de cinco a seis anos é quando o cérebro vai estar pronto. Então, é um período que é essencial para as estimulações”.   Viviane Faria acrescenta que os pais precisam estar mais presente na mediação entre as crianças e os meios de comunicação, e acompanhar o acesso  da criança à tecnologia. "É preciso que os pais estejam mais presentes com a criança. Por exemplo, assistir junto com o filho a 'Galinha Pintatinha', explicar as situações para que comece a desenvolver o senso crítico desde a infância". 

A visita também foi acompanhada pelo conselheiro tutelar Djan Moreira, que irá representar o Piauí na reunião em Brasília para a elaboração da Carta Compromisso. "É muito gratificante ter a presença da Luciana aqui representando a Rede Nacional da Primeira Infância porque nos fortalece nessa luta pelos direitos à Primeira Infância"


Luciana Abade, coordenadora de comunicação da ANDI (Foto: Wilson Filho)

Desafios 

Em visita a sede do Grupo Cidade Verde, em Teresina, Luciana Abade falou sobre os desafios e as preocupações com relação à educação e a violência na Primeira Infância, que abrange todo o território nacional.

“Por mais que a gente tenha evoluído, ainda falta muito. O Brasil carece hoje de creches, todo mundo sabe disso, mas mais do que novas creches, nós precisamos de creches de qualidade; não apenas locais que as mães deixam as crianças para irem trabalhar. As creches precisam ser espaços de desenvolvimento, nós não podemos perder esse tempo precioso da criança  com nada, esse tempo precisa ser preenchido com atividades que levem ao melhor desenvolvimento da criança”, explicou a coordenadora.

“Infelizmente no Brasil a violência vem crescendo assustadoramente. Mais de 50 crianças foram vítimas de balas perdidas no país. E elas estão sendo vítima no pátio do colégio. Isso é inaceitável, os pais não podem deixar os filhos na escola e eles morreram por bala perdida”.

“Outra violência bastante velada é a doméstica. Precisa-se de políticas de prevenção à violência doméstica; elas precisam ser construídas, precisa-se ter o cuidado com a família, cuidar de quem cuida. Nós também tivemos o aumento considerável da mortalidade infantil”. 


Visita dos representantes das entidades de defesa a Primeira Infância ao Cidadeverde.com (Foto: Wilson Filho)



Carlienne Carpaso
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