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Um terço das vagas financiadas pela União no Fies é preenchida

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No primeiro semestre de vigência, o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) preencheu cerca de um terço das vagas financiadas pelo governo, chegando a 35.866.

Já a modalidade contratada junto a bancos privados, chamada P-Fies, cuja previsão é a oferta de 210 mil vagas neste ano, preencheu, até o momento, apenas 800, de acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), Sólon Caldas.

O novo Fies foi anunciado no ano passado. O programa passou a ter uma modalidade financiada diretamente pela União, voltada para estudantes com renda familiar per capita mensal de até três salários mínimos, ou seja R$ 2.862. No total, são ofertadas 100 mil vagas nesta modalidade, das quais foram preenchidas mais de 35.866 mil no processo seletivo do primeiro semestre. Mais 16.351 vagas estão em contratação, ainda em curso, no âmbito do processo seletivo para vagas remanescentes.

As outras duas modalidades incluídas no P-Fies são financiadas com recursos de fundos constitucionais regionais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O risco de crédito é assumido pelos bancos. As modalidades, no entanto, não foram muito procuradas no primeiro semestre.

Segundo Sólon, parte da baixa adesão ao P-Fies se deu por fatores econômicos. Com os altos índices de desemprego, os estudantes não conseguem assumir dívidas, em parte porque as regras e os sistemas ainda estavam sendo adequados para a oferta das vagas. O balanço refere-se aos números de cerca de duas semanas atrás. O processo seletivo para vagas remanescentes ainda está aberto e o número de contratos pode aumentar.

"O P-Fies precisa ser melhor comunicado, tanto para agentes financeiros, quanto para instituições e para a sociedade. "É preciso fazer uma campanha grande, com governo, com o setor, com bancos, para mostrar como funciona."

Para se candidatar ao P-Fies, o estudante precisa dizer, na hora da inscrição, que tem interesse na modalidade. Ele precisa, então, preencher um questionário, que será encaminhado para a análise e aprovação dos bancos.

Adesão maior no segundo semestre

Para o diretor de vendas e marketing do Pravaler, empresa que oferece financiamento estudantil, Rafael Baddini, a expectativa é que mais contratos sejam fechados no segundo semestre pelo P-Fies. Segundo Baddini, a Pravaler é responsável por cerca de 90% dos créditos aprovados pela modalidade privada.

"Essa rodada foi mais de aprendizado, porque o programa estava saindo do chão. Acho que esse era o ponto mais importante. Pode não parecer, mas, por trás, você tem que ligar o sitema dos bancos com o MEC, têm portarias que precisam ser definidas. O programa saiu do chão", afirmou.

Prazo

Está aberto desde ontem (7) o prazo para que os agentes financeiros operadores de crédito, interessados em participar do P-Fies no segundo semestre, façam o cadastro na internet, no site do Fies. O prazo termina no dia 11 de junho. Já o prazo para as mantenedoras de ensino manifestarem interesse em participar do programa é de 12 a 20 de junho.

Fies

O Fies oferece financiamento para vagas em instituições privadas de ensino superior. Para concorrer às vagas, o estudante precisa ter tirado pelo menos 450 pontos na média das provas e não podem ter zerado a redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em uma ou mais edições desde 2010.

A porcentagem de financiamento é calculada de acordo com o comprometimento da renda do aluno, o valor do curso e comprometimento da renda no pagamento das aulas. O estudante deverá iniciar o pagamento no mês seguinte ao término do curso, desde que esteja empregado. O prazo máximo para pagamento é de 14 anos.

As taxas de juros do P-Fies são determinadas pela política de crédito dos fundos constitucionais administrados pelos bancos regionais.

Consultado, o Ministério da Educação diz que ainda está consolidando os dados do P-Fies, uma vez que o processo para vagas remanescentes segue aberto.

Em relação às vagas do Fies público, o ministro da Educação, Rossieli Soares, anunciou, na última quarta-feira (6), duas medidas que, segundo ele, aumentarão a atratividade para os estudantes. O aumento do teto do financiamento para abranger também cursos que custam cerca de R$ 7 mil por mês e o piso mínimo de financiamento de 50%. Até então, o sistema permitia, por exemplo, financiamentos de 8%, que não eram atrativos.

A pasta diz ainda que as vagas que não foram preenchidas este semestre serão ofertadas no processo seletivo do segundo semestre.

Fonte: Agência Brasil

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