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Conselheiros protocolam 3º pedido de impeachment de presidente do Santos

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SAMIR CARVALHO
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS)

O conselheiro do Santos, Esmeraldo Soares de Campos Tarquínio Neto, protocolou um pedido de impeachment contra o presidente do clube, José Carlos Peres, na secretaria do Conselho Deliberativo, na Vila Belmiro. É o terceiro impedimento contra o mandatário santista em apenas seis meses de mandato.

Antes dele, o conselheiro Alexandre Santos e Silva protocolou os dois primeiros, o segundo na semana passada. O terceiro pedido é considerado o mais embasado e, inclusive, contém maior número de conselheiros: mais de cem, sendo dois conselheiros natos e 33 efetivos. O estatuto do clube pede, no mínimo, 20 conselheiros.

A representação se baseia nas empresas do presidente que estariam em desacordo com artigo 61, parágrafo terceiro do Estatuto Social.

O pedido de impeachment tem mais de cem páginas. O documento tem como base o parecer do Conselho Fiscal do clube, que já causou polêmica na última reunião do Conselho Deliberativo. Isso porque o relatório aponta conflito de interesses entre Peres e algumas empresas, entre elas, a Hi Talento, Saga Talent e Peres Sports e Marketing, todas com supostos contratos vinculados de alguma forma ao Santos, como no caso de Ricardo Crivelli, o Lica, gerente das categorias de base afastado por acusação de assédio.

A nova suspeita envolvendo "fiel escudeiro" de Peres é referente a contratação do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, de 17 anos, para a equipe sub 20, por 350 mil euros (R$ 1,5 milhão). A primeira parcela já foi paga em 2 de março, mas existem mais duas: para junho e agosto.

A polêmica da transação é que o Santos pagará 20% de uma futura venda ao Manta, do Equador, e mais 30% do lucro à empresa Hi Talent. O problema é que Lica é um dos fundadores da empresa. O dirigente santista afastado se retirou da sociedade da Hi Talent em junho de 2015, substituído por

Eduardo Brito de Melo, que possui o mesmo endereço residencial de Lica, ainda segundo o relatório do Conselho Fiscal.

O relatório ainda lembra que o presidente José Carlos Peres era sócio de Ricardo Crivelli na empresa Saga Talent, fechada em 23 de maio deste após o assunto repercutir na imprensa.

Agora o presidente do Conselho, Marcelo Teixeira, tem cinco dias para encaminhar a Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS). A CIS em cinco dias dará ao processado ciência do processo de impedimento. O presidente José Carlos Peres tem dez dias, a partir de receber expediente oficial da Comissão, para apresentar a CIS sua defesa e as provas que pretende produzir.

Esgotado o prazo da defesa, a CIS terá sete dias para remeter parecer ao presidente do Conselho Deliberativo, que deve convocar sessão extraordinária do egrégio órgão para deliberar sobre o parecer.

O que é votado pelos conselheiros é o parecer da CIS. A votação é secreta. Se o impedimento for aprovado no Conselho Deliberativo, deverá ser convocada Assembleia Geral dos Sócios do clube para aprovar ou não a saída por maioria. Desta forma, quem decide o futuro do clube serão os sócios.

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