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Goleiro entrega, Messi tem atuação apática e Croácia afunda a Argentina na Copa

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Alejandra Suarez /Brazil Photo Press/Folhapress

ALEX SABINO
NIJNI NOVGOROD, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

Durante a execução do hino, enquanto 20 mil argentinos pulavam na arquibancada, a câmera da transmissão oficial da Fifa flagrava os jogadores da equipe no gramado .

Dez deles perfilados, impassíveis. Já Lionel Messi passava a mão pela testa, cabeça baixa, a imagem da tensão. Preocupação antes mesmo de começar a partida contra a Croácia, pela segunda rodada do Grupo D da Copa do Mundo.

Se era pressentimento ou não, não se sabe. O astro do Barcelona não falou com a imprensa após a partida.

A Argentina se esfacelou em campo no segundo tempo, foi batida pelos croatas por 3 a 0 nesta quinta (21), em Nijni Novgorod, e não depende mais apenas de si para chegar nas oitavas de final.

A bicampeã mundial tem um ponto ganho. Vai precisar derrotar a Nigéria na última rodada e esperar uma combinação de resultados. Nesta sexta-feira (22), os nigerianos enfrentam a Islândia.

"Depois do primeiro gol, tudo se desvirtuou", disse Javier Mascherano.

Foi mais do que desvirtuar. A Argentina morreu em campo assim que ficou em desvantagem. Por 53 minutos, fez jogo igual com a Croácia. Teve uma grande chance para marcar com Enzo Pérez e sofreu nos contra-ataques do adversário. Mandzukic deveria ter aberto o placar em uma cabeçada livre dentro da pequena área. Havia certo equilíbrio.

O que durou até que Willy Caballero, 36, goleiro escolhido por Sampaoli apesar da pressão para que escalasse Franco Armani, entregou o jogo. Ele deu um passe errado, nos pés de Rebic. O meia-atacante acertou um voleio no ângulo. Caballero, reserva do Chelsea (ING), teve a preferência como titular porque, segundo o técnico da seleção, "sabe jogar com os pés".

A ideia do técnico argentino era reforçar o meio-campo e dar mais liberdade para Messi. Outra tentativa de cercar o camisa 10 com jogadores capazes de fazê-lo render mais. Em vez do atacante Cristian Pavón, como era esperado, Sampaoli escalou o volante Enzo Pérez. Havia um pensamento pragmático por trás disso.

A Croácia tem no meio-campo e nos toques de Modric e Rakitic seus pontos fortes. Congestionar o setor seria maneira de garantir pelo menos o empate. Já não era resultado catastrófico para a Argentina.

Não foi apenas a equipe que se desmanchou em campo após o erro de Caballero. Sampaoli também. Ele mandou imediatamente a campo quase todos os jogadores sobre os quais foi questionado desde o início do torneio na Rússia. Entraram Higuaín, Pavón e Dybala. Se as alterações foram ofensivas, tornaram a Argentina um punhado de atletas no ataque, sem proteção nenhuma na retaguarda.

"Como condutores, não encontramos o melhor time para acompanhar Messi", disse Sampaoli, usando a reverência costumeira para falar do craque do país.

A ideia de que Messi fosse parceiro de Aguero no ataque não deu certo. Lionel recuou tanto para buscar a bola que passou parte da partida na posição de volante. Aguero saiu após o primeiro gol croata sem ameaçar. Pelo menos contra a Islândia havia conseguido marcar.

O plano da Croácia foi tão imutável quanto eficiente. Sem a bola, se fecharam com uma linha de seis jogadores na defesa e tentaram fazer a bola chegar a Modric e Rakitic. Eles faziam os lançamentos nas laterais, onde a marcação do adversário era ora ineficiente, ora inexistente.

A principal diferença é que a Croácia tem um time formado, com esquema definido e conhece suas virtudes e deficiências.

A Argentina passa quatro anos, desde a derrota na final da Copa do Mundo de 2014, tentando sem encontrar, sem um trabalho de longo prazo. Nas eliminatórias, teve três treinadores. Sampaoli assumiu o cargo em junho de 2017. Em 11 jogos no comando da seleção ele não repetiu duas vezes a mesma escalação.

"Peço desculpas às pessoas que fizeram o esforço de estar aqui. Eu tinha tanta ilusão como eles. Tentei fazer o melhor possível", afirmou Jorge Sampaoli.

 

ARGENTINA
Caballero; Mercado, Otamendi, Tagliafico; Mascherano, Pérez (Dybala), Salvio (Pavón), Acuña; Messi, Aguero (Higuain), Meza. T.: Jorge Sampaoli
CROÁCIA
Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida, Strinic; Rakitic, Brozovic, Rebic (Kramaric), Modric, Perisic (Kovacic); Mandzukic (Corluka). T.: Zlatko Dalic
Local: Ninji Novgorod
Juiz: Ravshan Irmatov (UZB)
Cartões amarelos: Mercado, Otamendi, Acuña (ARG); Rebic, Vrsaljko, Mandzukic (CRO)
Gols: Rebic (C), aos 8min, Modric (C), aos 35min, e Rakitic (C), aos 46min, todos do segundo tempo
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