Cidadeverde.com

Sampaoli se diz 'orgulhoso' porque Messi o cumprimentou após marcar gol

Imprimir

ALEX SABINO
SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

Pelo menos até 15 de julho (se der tudo certo), os futuros de Lionel Messi e Jorge Sampaoli estarão entrelaçados. O atacante quer ser campeão mundial. O treinador vai até onde for preciso para fazer seu astro feliz. Mesmo que seja montar um time que não é o seu preferido e ser vaiado por isso.

Os apupos ao técnico antes do jogo, quando seu nome foi anunciado no sistema de som no estádio foram estrepitosos. Sampaoli talvez não soubesse para ele, mas com certeza ouviu.

Com agasalho da seleção, em vez do blaser que usou na derrota diante da Croácia, o treinador permaneceu a beira do campo os 90 minutos, como sempre faz. Agitado, pareceu conversar sozinho em vários momentos. Quando fez o primeiro gol da partida, Messi deu um tapa na mão do treinador, o cumprimentando. Um gesto comum no futebol. Lionel nem sequer olhou nos olhos do chefe. Mas considerado o que aconteceu na seleção nos últimos dias, significou muito para Sampaoli.

"É um gesto que me deixa orgulhoso. Ele sabe a paixão que tenho pelo futebol. Compartilhamos o sonho de vir à Rússia por algo importante", disse ele após a vitória.

Foi importante porque o presidente da AFA, Claudio Tapia, o chamou para dizer que ele não seria demitido no meio do torneio na Rússia o que, por si só, já é um gesto que mostra o desgaste de Sampaoli e o quanto ele foi alvo de boatos durante os últimos dias.

Nos dois gols da Argentina, os jogadores saíram do banco para comemorar. Ninguém abraçou o técnico. Ele correu para o lado oposto dos atletas.
Isso não chamaria a atenção normalmente. Mas cada gesto dele está sob o microscópio após os dias de tensões na concentração de Bronnitsi (55 km de Moscou), onde a delegação está hospedada e para onde voltou após a vitória em São Petersburgo. Pelo menos o treinador fez valer sua opinião da véspera da partida, de que o Mundial começaria contra a Nigéria.

Não que todos os jogadores concordem com isso.

"A Copa começou faz duas semanas, na verdade. Nós é que começamos mal. Conseguimos nos recuperar, felizmente", disse Javier Mascherano, ainda irritado pela marcação do pênalti que provocou o empate da Nigéria.

"Se isso é pênalti teremos oito pênaltis por partida. Estava marcando um jogador de maior envergadura, que tem 30 centímetros mais do que eu. Tomei impulso [para saltar]", tentou explicar o volante, que na segunda (25) conversou com Sampaoli no centro de treinamento e pareceu apontar para o papel nas mãos do treinador sobre as táticas da partida e depois sinalizar movimentações.

Da mesma forma que foi Messi quem instruiu os companheiros no vestiário, antes da volta para o intervalo.

Em qualquer das situações, não reforça a autoridade de Sampaoli sobre o elenco.

"Quando Messi não tem a bola nos pés, a Argentina sofre. Porque ele é o melhor jogador do mundo", disse para tentar explicar a queda de rendimento da equipe na etapa final.

Procurado por toda a imprensa, o camisa 10 saiu calado da zona de imprensa. Falou apenas na saída de campo para a TV Pública da Argentina. Foi quando citou as "idiotices" faladas nos últimos dias e pediu que a camisa argentina esteja acima de tudo.

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais