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Planejamento: como e onde investir para ter sua reserva de emergência

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Foto: Internet

Antes de investir para aposentadoria ou para realizar qualquer sonho, o seu primeiro investimento deve ser para formar uma reserva de emergência, um dinheiro para ter à disposição se acontecer algum imprevisto sem precisar se endividar.

Para isso, mais do que render mundos e fundos, o investimento escolhido precisa ter duas características principais: a possibilidade de você sacar o dinheiro rapidamente sempre que precisar e de resgatá-lo sem prejuízo independentemente do momento. Isso se chama liquidez diária e baixo risco de mercado.

Os quatro investimentos sugeridos abaixo têm essas duas características. Você pode usar dois critérios de desempate para escolher o seu, conforme sua preferência: a rentabilidade prometida e a facilidade para investir.

Ninguém vai ficar rico pela rentabilidade da reserva de emergência. Você pode ver o que rende mais como um critério de desempate, mas o mais importante é ter o dinheiro disponível para quando precisar.

Para quem recebe salário de uma empresa, o ideal é ter guardado um valor equivalente a seis meses de gastos médios. A reserva pode ser de três meses para servidores públicos concursados e de 12 meses para autônomos sem renda fixa.

É difícil juntar todo esse dinheiro de uma vez, por isso, o mais indicado é investir um pouquinho mês a mês, até chegar ao valor total da reserva. O mínimo é 10% do que você ganha ao mês e o ideal, 30%. Você só consegue programar esse investimento se fizer um orçamento, aumentar receitas ou cortar gastos e investir todo mês assim que receber a renda.

Feito isso, é hora de escolher o melhor investimento.

Como escolher o investimento
Em todos as aplicações a seguir, você consegue agendar investimentos todo mês de forma automática. Em alguns bancos, também é possível agendar transferências automáticas para contas de outras instituições financeiras.

Ao investir fora do seu banco, abrindo conta em uma corretora independente, você pode conseguir rentabilidades mais altas. Várias corretoras oferecem fundos com taxas de administração mais baixas, CDBs com retornos mais altos ou não cobram taxa para investir no Tesouro Direto.

No entanto, essas transferências da sua conta corrente para a conta da corretora podem custar caro e, às vezes, a rentabilidade maior oferecida não compensa esse gasto. “Tem que colocar todo esse custo das transações na conta. Analise se você tem direito a TEDs gratuitos e se você costuma usá-los”, orienta o professor de finanças do Ibmec de São Paulo, George Sales.

Cada planejador financeiro tem o seu investimento preferido para manter a reserva de emergência. Cabe a você entender as vantagens e desvantagens de cada um para fazer sua escolha. Entenda a seguir:

Poupança
A poupança é o investimento mais simples para garantir que seu dinheiro fique seguro e tenha alguma rentabilidade. Ela é recomendada por alguns planejadores financeiros por conta da sua facilidade, mas é odiada por outros por sua baixa rentabilidade.  

Até o ano passado, quando a taxa básica de juros estava alta, a poupança tinha má fama por render muito abaixo da Selic, referência para os investimentos de renda fixa.

Agora que os juros estão no menor patamar histórico, 6,50% ano, a poupança deixou de ser tão ruim em comparação a outros investimentos e até consegue superar alguns fundos, dependendo das taxas cobradas.

A poupança rende hoje 70% da Selic, mais a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada. Na prática, a poupança rende 4,55% ao ano e é o único investimento desta lista isento de Imposto de Renda. Esse rendimento é menor do que o de títulos públicos, CDBs e fundos de investimento, dependendo das taxas.

No entanto, a poupança é o investimento mais fácil para quem quer poder sacar o dinheiro no caixa eletrônico, sem ter que fazer transferências para a conta corrente. Também é melhor que nada para quem não quer aprender sobre outros investimentos.

Fundo DI
Chamado oficialmente de fundo simples, mas mais conhecido pelo nome antigo de fundo DI, esse investimento é praticamente tão simples quanto a poupança, como diz o nome. Ao investir em um fundo do seu banco ou de uma corretora independente, você reúne seu dinheiro ao de diversos investidores e um gestor toma conta de todo esse patrimônio.

No caso dos fundos simples, o gestor é obrigado a aplicar, no mínimo, 95% desse dinheiro em títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto ou em CDB de bancos, desde que o investimento em produtos bancários não passe de metade do patrimônio do fundo.

Seu rendimento acompanha a Selic, mas os fundos DI cobram uma taxa de administração que pode reduzir sua rentabilidade. Essa é a desvantagem desses fundos. Porém, se a taxa for de até 1% ao ano, você pode conseguir retornos acima da poupança, já que um gestor profissional cuida do dinheiro e diversifica os investimentos.  

O rendimento dos fundos é tributado com alíquota que varia entre 22,5% e 15%, conforme o tempo de aplicação. Um detalhe importante é que os fundos simples estão sujeitos à forma de tributação conhecida como come-cotas. Em vez de o Imposto de Renda ser cobrado apenas no resgate, ele é cobrado em forma de cotas de seis em seis meses, sempre em maio e novembro.

CDB com liquidez diária
Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) são títulos que os bancos emitem para captar dinheiro das pessoas e emprestar a outras por juros altos. Assim, quanto maior for a necessidade do banco de se capitalizar, maior será a taxa de retorno oferecida a quem compra um CDB, para atrair investidores.

Nem todo CDB oferece liquidez diária, por isso, preste atenção nisso antes de investir. As melhores remunerações são obtidas nos CDBs sem liquidez diária. Porém, lembre do que já falamos: liquidez diária é importantíssima para a reserva de emergência.

A maioria dos CDBs disponíveis no mercado são pós-fixados, isto é,  pagam mais ou menos do que 100% da taxa DI, muito próxima da taxa Selic. Quanto maior esse percentual, melhor.

Em geral, bancos pequenos e financeiras independentes remuneram melhor do que os grandes bancos de varejo. Se a taxa de retorno do seu banco não estiver disponível facilmente na internet, não hesite em perguntá-la ao gerente.

Não importa o banco escolhido, os CDBs contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que, em caso de quebra da instituição, reembolsa aos seus investidores perdas de até 250 mil reais por CPF. No entanto, o reembolso do dinheiro pode demorar mais de um mês, o que deve ser levado em conta para formar uma reserva de emergência para ser usada a qualquer momento. 

“Melhor não colocar todo o dinheiro da reserva de emergência em um banco novo ou um banco pequeno. É seguro, mas o dinheiro pode demorar para voltar se o banco quebrar”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

O rendimento dos CDBs é tributado com alíquota que varia entre 22,5% e 15%, conforme o tempo de aplicação

Tesouro Selic
Plataforma do governo para negociar títulos públicos, o Tesouro Direto é o investimento mais complexo desta lista, porque exige que você abra conta em uma corretora para investir. Mesmo assim, ele está longe de ser difícil.

Por outro lado, pode ser o investimento mais rentável para uma reserva de emergência, se o investidor escolher uma corretora que não cobre taxa de administração. No entanto, em geral, as corretoras dos grandes bancos cobram. Além dessa taxa, você paga uma taxa de custódia para a Bolsa guardar esses títulos, de 0,30% ao ano.

Para uma reserva de emergência, que você não sabe quando vai sacar e não quer se comprometer com prazos, os títulos indexados à Selic são os únicos papéis indicados do Tesouro Direto.

Isso porque o valor de mercado desse título varia pouco, o que evita perdas de rentabilidade se você quiser vender o papel e sacar o dinheiro antes do vencimento. Como o nome diz, esse título rende a variação da Selic.

O rendimento dos títulos públicos é tributado com alíquota que varia entre 22,5% e 15%, conforme o tempo de aplicação.

Fonte: Exame.com

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