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Campeões em série por clubes, Messi e Cristiano Ronaldo dão adeus a Copa

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ALEX SABINO E LUIZ COSENZO
KAZAN E SOCHI, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

O 30 de junho de 2018 foi a data em que a Copa da Rússia ficou sem os dois jogadores que controlam o futebol mundial há dez anos. É bem possível que Lionel Messi, 31, e Cristiano Ronaldo, 33, terminem suas carreiras sem conquistarem o título máximo do esporte.

As seleções dos dois únicos atletas eleitos melhores do planeta desde 2008 caíram nas oitavas de final. A Argentina perdeu para a França por 4 a 3, em Kazan. Duas horas depois, Portugal foi derrotado pelo Uruguai por 2 a 1. O uruguaio Cavani e o francês Mbappé, cada um com dois gols em suas partidas, podem levantar o troféu da Copa do Mundo em 15 de julho. Messi e Ronaldo, não.

É ironia do futebol que eles, apontados como dois dos maiores de todos os tempos, não consigam encontrar felicidade na principal competição do futebol. Isso depois de vencerem tudo o que é possível em seus clubes, ambos espanhóis. Cristiano Ronaldo e Messi já conquistaram as ligas e copas nacionais, torneios continentais e Mundial de Clubes por Real Madrid e Barcelona, respectivamente.

Mas na Copa do Mundo...

A dúvida é se terão nova chance em 2022, no Qatar. O português estará com 38 anos. O argentino, 35. Ambos terão de se reinventar em outras funções dentro de campo para conseguirem ficar no topo do esporte, onde estão desde 2008.

Rivais em campo há uma década, os destinos de ambos parecem estar entrelaçados em Mundiais. Tiveram esperanças de ser possível conquistar o título pela seleção. Ronaldo chegou à semifinal em 2006. Messi foi finalista em 2014. A aventura sempre acabou mal. A Rússia prometia muito.

Lionel se poupou durante a temporada européia e chegou como o capo de um time que dependia tanto dele que até seu treinador reconhecia que seu camisa 10 era o mais importante de todos. Cristiano é o líder indiscutível da geração portuguesa e estreou dando as cartas, ao marcar três gols na Espanha.

A coisa logo desandou. Messi teve uma Copa do Mundo apagada com poucos momentos de craque. O controle de bola ao marcar o seu único gol no torneio, contra a Nigéria, foi um deles. Ronaldo perdeu pênalti diante do Irã que impediu Portugal de ser a primeira colocada da chave e evitar o Uruguai. O atacante caiu de rendimento aos poucos.

Com moral de melhores do mundo, eles tinham liberdade para jogarem onde quiserem em campo e isso pôde ser visto neste sábado. Escalado como homem mais ofensivo do ataque argentino, Messi atuou 90 minutos com a França sem nenhuma obrigação defensiva. Pouco fez porque acabou isolado na frente, perdido em um esquema de jogo que não tinha futuro.

Era a mesma liberdade que Ronaldo tinha para enfrentar os uruguaios. A não ser por um chute bloqueado aqui e outro arremate torto acolá, pouco foi visto. Houve os momentos de reclamações quando não recebia os passes onde e da forma que desejava. Mas isso já faz parte do seu rol de gestos em todas as partidas, pela seleção ou Real Madrid. Acabou tão nervoso que levou cartão amarelo que o suspenderia das quartas de final contra a França, caso Portugal se classificasse.

Messi foi superado, sem grande dificuldade, pelo camisa 10 adversário. Mbappé tem a velocidade e explosão muscular que Lionel possuía quando tinha 19 anos, a idade do francês.

A dupla contou com muito pouca colaboração de seus companheiros, embora também não tenha se ajudado em campo.

Os dois últimos Mundiais não serviram para ameaçar o domínio que Ronaldo e Messi exercem na escolha de melhor do planeta. Em 2010, a Espanha foi campeã com Iniesta marcando o gol do título de forma dramática, na prorrogação. Messi foi eleito pela Fifa. Em 2014, a Alemanha levantou o troféu graças a um jogo coletivo e escola de futebol que não apareceu na Rússia. Cristiano Ronaldo ganhou a Bola de Ouro.

Como passar do tempo, há o desgaste natural e a busca por novidades pode fazer com que a Fifa decida ser a hora de coroar um novo rei. Entre os candidatos, a depender do resultado final da Copa do Mundo, estão Mbappé, Neymar e o belga Hazard.

Quando a derrota para a França se tornou realidade com o apito final, Messi não teve nenhuma reação dramática. Não se desesperou ou se atirou no chão. Não seria do seu feitio discreto. Colocou as mãos nas cintura e ficou mais de 30 segundos olhando para o chão, até que o goleiro reserva Willy Caballero passou a mão em sua cabeça, o consolando. Ronaldo não teve nem isso. Cuspiu no gramado, disse algo ininteligível para si mesmo e caminhou para a lateral, cabeça erguida. Também como é de sua personalidade.

O que une os dois melhores jogadores do mundo nos últimos dez anos é a capacidade de ganhar títulos em série por suas equipes e com isso, aclamação global. Menos na Copa do Mundo, fonte de frustração para Messi e Cristiano Ronaldo.

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