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Elba Ramalho cai em golpe e doa R$ 18 mil para falsa cirurgia

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Foto: Rodrigo Aguiar / Arquivo Pessoal

O produtor artístico Rodrigo de Farias Aguiar diz que a equipe da cantora Elba Ramalho foi vítima de um golpe aplicado pela mãe da menina Taylla Cristina Silva, de 9 anos, que supostamente pedia doações para cirurgias da filha que nunca ocorreram.

Aguiar acusa a dona de casa Taisa Almeida Borges de se aproveitar das doenças da garota – segundo ela, a menina sofre de cardiopatia complexa e escoliose grave – para realizar campanhas na internet e pedir a ajuda de artistas, como Elba.

A Polícia Civil investiga a suspeita de fraude em campanhas de arrecadação de dinheiro em nome de Taylla. O caso veio à tona depois que o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) divulgou nota afirmando que a garota é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Fomos vítimas de um golpe, e um golpe que envolve uma criança que realmente passa por problemas de saúde. A mãe se aproveitou disso para se autobeneficiar. Lamentamos a situação porque nos dedicamos a ajudá-la. A Elba parou a agenda dela para fazer um show e mobilizar as pessoas e os amigos”, afirma.

Inicialmente, a mãe de Taylla negou ter feito campanhas em prol da filha e disse que recebeu doações apenas de um programa de televisão e de pessoas anônimas. Agora, reconhece o apoio de artistas, como a cantora Elba Ramalho, mas afirma que o dinheiro doado está guardado.

O produtor conta que entrou em contato com a família de Taylla pela primeira vez em janeiro desse ano, depois que Taisa passou a marcar a cantora Elba Ramalho em publicações em redes sociais na internet, sempre pedindo ajuda da cantora para o tratamento da filha.

Foto: Reprodução/WhatsApp

“Ela pedia doação, dizendo que a filha só teria dois meses de vida, pois tinha um problema de escoliose e tinha uma bandagem no pulmão, e que teria que fazer uma cirurgia porque a coluna estava pressionando os órgãos. Se ela não tivesse essa ajuda, poderia morrer em dois meses”, relembra.

Aguiar afirma que Elba mobilizou amigos e conseguiu arrecadar R$ 3 mil em doações. Depois, em maio, a cantora promoveu um show beneficente, cuja bilheteria foi destinada à cirurgia de Taylla. O recibo do depósito feito na conta de Taisa aponta que R$ 18 mil foram doados.

“O nosso sentimento é de tristeza por uma situação em que a gente se esforçou ao máximo para ajudar e que, na verdade, não existia cirurgia nenhuma, e o SUS cobre todas essas cirurgias. Então, a gente também precisa prestar contas para as pessoas que a gente mobilizou e sensibilizou”, diz.

O produtor destaca que, em nenhum momento, Taisa explicou que usaria as doações para pagar alimentação ou medicamentos de Taylla, mas afirmava que seriam destinadas ao pagamento da cirurgia de correção de coluna da filha, avaliada em R$ 180 mil.

Assim como fez com uma publicitária de São Paulo, que também ajudava a família, Taisa disse ao produtor de Elba que a filha havia sido submetida a uma cirurgia no coração no HC-RP, e ficou entubada. O hospital nega o procedimento.

“Eu pedi que ela me desse alguma informação, para que eu acreditasse no que ela estava falando e daria até o outro dia para que me passasse um documento oficial de que realmente tinha acontecido [a cirurgia]. No outro dia, ela me bloqueou no WhatsApp e cancelou a conta no Instagram”, afirma Aguiar.

Aguiar reconhece que Taylla enfrenta um problema grave de saúde, mas diz que o caso está controlado e que as cirurgias necessárias são oferecidas pelo SUS. Para o produtor, a família da menina realizou campanhas para arrecadar dinheiro de forma indevida.

“A gente quer que a polícia investigue e que a gente tenha respostas concretas, para que isso não volte a acontecer, já que tiveram vários artistas, várias pessoas envolvidas. A gente se sente um pouco lesado. Isso faz a gente se tornar desacreditado”, conclui.

Foto: Reprodução/Facebook

Justificativa
Mãe da garota, Taisa Almeida Borges nega ter usado de forma indevida o dinheiro que recebeu a partir de doações para a filha. A dona de casa diz que parte da quantia está guardada para ser usada na cirurgia de correção da coluna no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR).

"O dinheiro está em conta. Eu usei, sim. Eu uso para casa, porque a Taylla precisa de alimentação, eu tenho que comprar medicamento. Então, o dinheiro é usado para ela dentro de casa, sim", afirma.

Taisa registrou um boletim de ocorrência por estelionato em Franca (SP), onde a família mora, alegando que outras pessoas estão usando o nome de Taylla em "vaquinhas virtuais". O caso está sendo investigado pelo 5º Distrito Policial da cidade.

"Depois de tudo isso, que saiu essa reportagem na televisão, eu fui buscar na internet e vi que tinha vaquinha no Rio de Janeiro, em Uberaba e fiz um boletim de ocorrência. Essas contas eu não reconheço. A conta da Caixa e do Bradesco são nossas, e tem dinheiro lá", finaliza.

Foto: Rodolfo Tiengo/G1/Arquivo

Hospital nega cirurgia
Procurada, a assessoria do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, informou que Taylla não é paciente de nenhum médico da instituição - tanto pelo SUS, como convênio e particular - e também não passou por consulta no local.

Ainda segundo a assessoria, os custos com uma cirurgia ortopédica desta complexidade superam os R$ 180 mil citados pela mãe de Taylla, uma vez que há compra de materiais cirúrgicos e a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por exemplo.

Fonte: G1

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