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Conmebol investiga se Santos escalou jogador irregular na Libertadores

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Fotos: Ivan Storti/Santos FC

ALEX SABINO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - atualizada às 21h26

A Conmebol investiga se o volante do Santos Carlos Sanchez foi escalado de forma irregular na partida contra o Independiente (ARG) na última terça (21), pelas oitavas de final da Libertadores.

O clube argentino afirma que Sanchez não poderia atuar porque não cumpriu pena que lhe foi imposta quando era jogador do River Plate (ARG), em 2015. Na semifinal da Copa Sul-Americana daquele ano, ele foi expulso por agredir um gandula.

"O jogador foi escalado porque foi liberado pelo sistema da própria Conmebol. Quando recebermos a notificação, vamos apresentar defesa. Carlos Sanchez estava liberado pela Conmebol desde 24 de maio de 2018", disse o gerente jurídico do time brasileiro, Rodrigo Gama Monteiro.

A explicação santista encontrou descrédito na Conmebol.

Um dirigente da entidade disse à reportagem que a obrigação do clube brasileiro era fazer uma consulta sobre a situação de Sanchez, porque o sistema citado por Monteiro só passou a existir em 2016.

As penas anteriores a essa data, caso da punição do atleta do Santos, não constam no programa. O cartola ouvido pela reportagem disse que a consulta é um procedimento padrão dos times.

O Santos rebate com o argumento de que a punição do atleta aparecia, sim, no sistema da entidade, sem qualquer impedimento à escalação dele na Libertadores.

Se o tribunal da confederação decidir que Sanchez estava suspenso, o Independiente será declarado vencedor por 3 a 0 do confronto que, em campo, terminou empatado em 0 a 0. Isso obrigaria o Santos a ganhar por quatro gols de diferença na partida de volta, terça (28), no Pacaembu.

O Santos chegou a lembrar que em 2016 a Conmebol anistiou as penas dos jogadores. Segundo a entidade, o perdão era de 50% da quantidade de jogos. Sanchez foi punido com três partidas de gancho.

 

O dirigente sul-americano também disse estar surpreso porque o jogador não citou ou não foi consultado pelo Santos sobre a condição de jogo. Lembra que a expulsão em 2015 ficou famosa e que não se tratou de um lance qualquer.

"Eu perguntei ao Sanchez se ele tinha sido expulso e me disse que não, nunca havia sido expulso na Libertadores. Passou um tempo, ele me disse que tinha sido expulso na Sul-Americana", disse Cuca.

A Conmebol pretende resolver o assunto até o final desta semana, porque os times precisam entrar em campo na próxima terça-feira sabendo o que devem fazer para obterem a classificação.

Neste ano, já aconteceu um caso parecido na Copa Sul-Americana. O Deportes Temuco (CHI) venceu o San Lorenzo (ARG), mas foi eliminado do torneio por ter escalado de forma irregular o goleiro Jonathan Requena.

O Santos teme a questão política. Claudio Tapia, presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), é também vice da Conmebol. Ele é genro de Hugo Moyano, mandatário do Independiente.

"Vamos aos tribunais se for o caso. Se está zerado, não foi falha nossa. Temos o registro. Está comprovado. [Na próxima semana] um a zero basta. Se pudermos botar uns quatro, acaba a brincadeira", disse o presidente José Carlos Peres.

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