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Serra das Confusões tem dois incêndios ativos e 40 brigadistas no combate

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Os pontos A e D representam os incêndios ativos na Serra Nacional das Confusões. 

Atualizada às 12h

O Parque Nacional Serra das Confusões está com dois incêndios ativos e há outros três incêndios sob controle ao redor do parque. Em alguns casos, os brigadistas estão há mais de uma semana no combate. 

"Todos começaram fora do parque, e avançam para dentro. Mas, hoje, dentro do parque só há dois desses cinco que estão sendo combatidos e monitorados", afirmou o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Paulo Adriano Dias, que acompanha por meio do sensoreamento remoto com base nas imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 

Há duas frentes de combate, com 40 brigadistas, dentro do parque. Eles estão nas duas localidades onde ocorrem os incêndios, que são de difícil acesso. Os brigadistas estão esperando a chegada de uma aeronave do Governo do Piauí para apoio neste domingo (30) e também de um helicóptero do Ibama. Os brigadistas do Ibama já deram suporte no combate. 

"Hoje nós temos cinco incêndios ativos, quatro deles já foram combatidos por vários dias porque o combate é complexo pela topografia, são áreas acidentadas e por causa da vegetação em si; é complicado se locomover pela caatinga", explicou Dias.  

Há outro complicador no combate ao incêndio porque a caatinga, quando queima, vira outro tipo de formação vegetal, conhecido na região como sapecado. "Ela se assemelha a uma derrubada de trator. O fogo que passa mata as árvores maiores, que ficam caídas, se o fogo chegar ali no outro ano ele vai ter mais material combustível. Nessa área, o fogo ganha proporções maiores e fica mais difícil combatê-lo", comentou Dias.  

Por isso, quando o incêndio se alastra para as áreas acidentadas ou sapecadas é mais difícil combatê-lo em sua totalidade, em um curto período de tempo.

"Isso é o que acontece nesses casos de incêndio há mais de uma semana estão combatendo o fogo, mas não há a extinção do fogo, mas está sob controle".  

O analista ressaltou que o mês de setembro é mais intenso a quantidade de incêndio devido a questão climática e a necessidade do uso do fogo pela comunidade.   

A última semana deste mês é conhecida pelo período de intervalo de uso do fogo, quando as comunidades abrem as áreas de produção deles. É justamente, neste período, que os incêndios se  intensificam por causa das questões climáticas e pela necessidade do uso de fogo das comunidades. 

"Não podemos afirmar que esses incêndios são em sua maioria criminosos. Na grande maioria por imperícia do próprio produtor rural porque eles vão queimar as área de produção deles,e o fogo acaba escapando por falta de cuidado ou perdeu o controle por questões climáticos", disse o analista.

Ele destaca que "os incêndios estão ocorrendo nas áreas de entorno. A maior parte do parque fica em cima das serras, e as comunidades estão embaixo, fora do parque.  O foco acaba começando nessas áreas de roça, escapa, e sobe em direção ao parque". 


Carlienne Carpaso
[email protected] 

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