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Leonardo DiCaprio volta nervoso em "Rede de Mentiras"

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Na primeira vez em que trabalharam juntos, há 13 anos, Leonardo DiCaprio e Russell Crowe eram "dois neófitos" em Hollywood. Era o faroeste "Rápida e Mortal", de Sam Raimi, e ambos ficaram "quietinhos e com os olhos bem abertos, prestando atenção em tudo", conta DiCaprio à Folha.

Leonardo DiCaprio no longa-metragem "Rede
de Mentiras", ator disse ter vontade de
trabalhar com o cineasta Walter Salles
 
Hoje, muitos sucessos de bilheteria depois, eles são dois dos mais populares astros do cinema e voltam a dividir as telas no thriller "Rede de Mentiras", de Ridley Scott, que estréia hoje no Brasil.

Na entrevista a seguir, DiCaprio, 34, afirma que o longa é um "filme permanente", já que é representativo da Era do Terror; revela ter vontade de trabalhar com Walter Salles e diz que os EUA estão atrasados oito anos em relação ao Brasil na questão da política energética.
 
O que o atraiu em "Rede de Mentiras"? Atuar em um thriller ou o aspecto político, já que a trama aborda a questão do terrorismo no Oriente Médio?
As duas coisas. Adoro o fato de que este é um filme permanente quando se pensa em interpretações no cinema da era do terror, é um símbolo das relações estabelecidas pelos EUA com os países do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, não acho que o filme penda para uma seara política específica, não é panfletário. Ele pincela algumas possibilidades de realidade mas deixa que o público tire suas próprias conclusões.
 
O roteirista, William Monahan, é o mesmo de "Os Infiltrados", em que você atuou. É muito diferente ser dirigido por Ridley Scott e por Martin Scorsese?
Sim. Não quero dizer que Ridley não seja meticuloso, mas Marty presta atenção a cada detalhe. E Ridley é um diretor que já edita em sua própria cabeça, controlando cinco ou seis câmeras. Ele sabe o que está acontecendo em cada câmera e confia muito em seu instinto. A adrenalina no set é algo singular. Você tem câmeras te filmando o tempo todo dos mais diversos ângulos. Já Marty requer um trabalho mais intenso do ator, ele estuda minuciosamente cada cena com uma grande antecedência. Agora, para o ator, creio, há benefícios nos dois estilos.
 
E como foi trabalhar em um filme mais lento, como "The Revolutionary Road" [drama em que atua com Kate Winslet e que estréia no Brasil em janeiro]?
Foi o oposto. Quase que como filmar uma peça de teatro. Aliás, jamais tive uma experiência legítima no teatro, queria muito fazer um espetáculo off-Broadway, mais experimental. Passei um tempo enorme confinado com Kate Winslet e Sam Mendes em uma casa no subúrbio americano e no mês seguinte já estava correndo para cima e para baixo no Marrocos com Ridley enquanto helicópteros jogavam mísseis na minha cabeça. Nada mais diferente, mas esta é minha rotina nesta roda-gigante de Hollywood. Mas queria trabalhar com outros estilos de direção no cinema, fora dos EUA. Adoraria trabalhar com Ang Lee, Alejandro Iñárritu e Walter Salles. Quem sabe eles não surjam com um projeto com algum lugar para mim?
 
Você dirigiu "A Última Hora", focado no aquecimento global. Pensa em fazer outro?
Vou editar uma campanha viral, uma propaganda com celebridades voltada para a internet, convocando os jovens a votarem [a entrevista foi realizada em setembro]. Mas já que você mencionou "A Última Hora", preciso dizer que tenho a maior admiração pela maneira como o Brasil lida com energias alternativas. Vocês são pioneiros. Se os EUA tivessem feito um terço do que vocês fizeram não estaríamos mais tão dependentes da exportação de petróleo. Quando eu filmava "Rede de Mentiras", ficou claro que as guerras que estamos lutando têm tanto a ver com o combate ao terrorismo quanto com a necessidade de assegurar o abastecimento de petróleo. E a política energética do Brasil é um exemplo para todos. Estamos oito anos atrasados em relação a vocês.
 
 
 
Fonte: Folha Online
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