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O que você precisa saber sobre pilates para grávidas

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Com frequência ouvimos que cada gravidez é única, e é verdade, o que acontece na primeira gestação, não necessariamente vai se repetir na sua segunda. A gravidez é um momento incrível na vida da mulher, com a rápida evolução do feto a cada semana e, o corpo da futura mamãe passa por diversas alterações fisiológicas para que tudo ocorra bem durante as 40- 42 semanas de gestação, não apenas no sistema músculoesquelético como também nos sistemas cardiovascular, digestório, nervoso, tegumentar (pele) e respiratório. A gravidez é classificada em 3 trimestres e, para o instrutor de Pilates é importante nortear sua conduta de acordo com estas fases, contudo, o respeito à individualidade de cada gestação deve ser priorizado.

 

1º Trimestre:

Pesquisas comprovam que os exercícios físicos para gestantes, previne diabetes gestacional, pré eclampsia, incontinência urinária, diminui a taxa de colesterol e a duração do trabalho de parto. Sem contar o tempo de recuperação que acaba sendo mais rápido. Também ajuda na manutenção do peso, previne a melancolia e a depressão no pós-parto.

 

Com o corpo mais preparado para receber o bebê, são raras as queixas de dor na lombar, virilha e na articulação sacroilíaca, isso acontece porque os músculos do assoalho pélvico e do abdome estão mais fortes e flexíveis e previnem estas disfunções. Na minha experiência com gestantes, as que já praticavam Pilates antes de engravidar, passam pelos 3 trimestres com queixas pontuais, e quanto mais tarde deixar para se praticar, mais frequentes são as queixas e limitações. Além de que, depois que se descobre a gestação, dificilmente o médico irá liberar a futura mamãe para a prática de exercícios logo no 1° trimestre. Então quanto antes começar, melhor!

 

Mas se muitos exercícios do Pilates são abdominais, grávidas podem fazer?

Na primeira avaliação da gestante, o profissional deve realizar o teste de diástase abdominal. A diástase acontece com frequência em até 1/3 (75%) das gestantes, e é caracterizada pela separação da linha alba do músculo reto do abdome, a diástase é mais frequentemente localizada abaixo e/ou acima do umbigo (diástase supra e/ou infraumbilical).


O teste é realizado em decúbito dorsal (barriga para cima) com os pés no solo, como se fosse fazer aquele clássico abdominal, com flexão de tronco (as mãos podem estar na nuca ou ao lado do corpo) e solicita para que permaneça em isometria. Algumas vezes a diástase é visível com esta manobra, causando a protusão do abdome, mas caso não seja visível, o profissional deve pressionar a linha alba para dentro do abdome com os dois dedos (indicador e médio) desde o processo xifóide ao púbis, ou próximo ao umbigo.

 

No caso de presença da diástase abdominal, os dedos afundam no abdome mais que 3 cm, ou seja, dois dedos ou mais entram na linha alba, dependendo do tamanho da diástase. Neste caso, deve-se evitar os exercícios abdominais com flexão de tronco e todos os exercícios que causem a protusão do abdome durante a execução. Já presenciei instrutores de Pilates realizando exercícios abdominais em gestante com diástase que desencadeou contração de treinamento fora do período gestacional em que são comuns estas contrações. Portanto, cabe ao cliente avaliar a competência profissional e questionar a formação do instrutor, se este realizou curso de Pilates para gestante, experiência com este público e exercícios contraindicados. Uma boa conversa antes de iniciar a prática do Pilates já pode transmitir segurança profissional.


É contraindicado para grávidas contrair o abdome e o assoalho pélvico durante o Pilates?

Quando falamos de contração do abdome no Pilates, estamos nos referindo ao recrutamento do músculo Transverso do Abdome (TrA), este músculo é o mais profundo do abdome e um dos principais estabilizadores do tronco. Uma analogia que uso com frequência nas sessões de Pilates para gestante é imaginar como se o abdome levasse o bebê de encontro a coluna, esta contração muscular realizada corretamente previne a diástase do abdome e não tem risco para o bebê. Acontece que este aumento da pressão intra-abdominal pode ocasionar incontinência urinária quando gestante não é orientada a contrair o assoalho pélvico.

 

Outra analogia é imaginar que o TrA é como se fosse as bordas de uma sacola, que precisa murchar, contudo a base da sacola precisa ser suficientemente forte para sustentar o peso do bebê, então deve-se contrair também o assoalho pélvico junto com o TrA, levando o cóccix em direção ao púbis. Ou imaginar que o assoalho pélvico é como se fosse um elevador que está no térreo e precisa subir para o primeiro, segundo ou terceiro andar (depende da intensidade de contração voluntária máxima que o instrutor quiser recrutar). Assim, com o complexo lombo pélvico fortalecido, as chances de intercorrências como incontinência urinária por esforço, dor lombar e sacroilíaca se reduzem drasticamente.


Fonte: Revista Pilates

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