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Número de feminicídios aumenta e Segurança cria integração com Saúde

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Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que o número de feminicídios este ano deve superar os do ano passado. Em 2018, de janeiro a setembro, já foram registrados 21 crimes de feminicídio, enquanto em todo o ano de 2017 foram contabilizados 23 casos. A cidade de Teresina exemplifica esse possível aumento nos casos, pois no ano passado ocorreram ao todo seis feminicídios e este ano, de janeiro a setembro, já foram nove casos.

Para tentar diminuir esses números, a Secretaria vai implementar até 2019 uma integração com a Saúde, com o objetivo de diminuir uma lacuna identificada no processo de registro de denúncias no estado. A delegada Eugênia Villa, diretora de Gestão Interna da SSP-PI, falou hoje em entrevista ao Jornal do Piauí, sobre a possibildiade de subnotificação, porque os casos que chegam à Saúde podem não ser repassados em sua totalidade para a de Segurança.

“Pode haver uma subnotificação nos casos na Saúde e aí criamos um sistema estadual integrado. Esses dados da saúde tem que chegar na polícia, tem que dialogar com a Segurança Pública. Então vamos ampliar nosso espectro e certamente a gente vai aumentar ainda mais cifra que está aqui. O que chega na polícia, ainda não é, nós acreditamos, a tolalidade das violências perpetradas contra as mulheres”, explicou a delegada. 

De acordo com a Secretaria, algumas políticas desenvolvidas pelo governo tem auxiliado no combate ao tipo de crime. Por exemplo, desde que a Central de Flagrantes de Gênero passou a funcionar 24 horas por dia, o número de ocorrências dobrou, segundo o órgão, a maioria registrada na noite e madrugada. Mas a delegada ressalta que mesmo com esse avanço, muito ainda precisa ser feito, pois de todos os feminicídio registrados a ano passado, em nenhum deles a vítima registrou um boletim de ocorrência antes do crime. 

“Cada assassinato de uma mulher para nós é extremamente relevante. Então, perder três mulheres a mais do que o ano passado, para nós, é muito sintomático. Isso sinaliza que devemos intensificar ainda mais as políticas de prevenção. Nós já temos o plantão de gênero, temos o Salve Maria (aplicativo), mas precisamos ir nas praças, ruas, bairros, difundir as nossas políticas e sensibilizar as mulheres”, destacou a diretora .

Lyza Freitas
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