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"Na outra vida, quero vir negra de novo", responde Erika Januza a ataque racista

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Reprodução/Instagram/Erika Januza

A atriz Erika Januza usou o perfil oficial dela no Instagram para responder a ataques racistas que sofreu nas redes sociais. Em vídeo, a atriz contou sobre a publicação que uma mulher compartilhou na qual a internauta diz que "adorou que (Jair) Bolsonaro ganhou (a eleição presidencial), assim, ele manda matar esses negros 'fedidos' e Erika Januza vai junto". A artista fotografou a imagem e o ator Caio Paduan comentou: "Sua resposta foi printada e será levada à polícia".

"Não senti o ataque só a mim. Quando ataca uma negra e um negro, atacam a todos os outros", declarou Erika. Ela ainda disse que ama ser negra: "Na outra vida, quero vir negra de novo! Esse tipo de ataque me faz mais forte. Cada vez que você me ataca, me faz mais forte. Sinal que estou te incomodando em alguma coisa. A gente incomoda porque a gente é forte", escreveu.

No perfil oficial no Instagram, Erika Januza publicou dois vídeos para dar seu recado: "A cor da minha pele não tem que ser motivo para eu passar por qualquer tipo de ofensa. O problema não está comigo. Está com você", disse a atriz. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nao falo disso o tempo todo, pois acho que o respeito é o mínimo que devemos aos nossos semelhantes. Mas hj é um dia diferente, depois de uma postagem de meu amigo @caiopaduan Que me defendeu como sempre e agradeço muito, uma moça resolveu também deixar sua máscara cair e postou uma foto minha em sua rede social dizendo o quanto me odiava, além de fazer um comentário que infelizmente se faz mais presente a cada dia. Está aí nas fotos do meu post. O fato não é me incomodar específicamente com a moça ou com o post. É por um motivo maior. Eu vejo que quando se ataca um negro pelo simples fato de ser, você atacou todo um grupo. EU vejo assim. Um amigo me perguntou como eu estava, pois essas coisa mexem muito com o psicológico. Respondi: meu psicológico está calejado. Sou negra há 30 anos! A cada dia um novo desafio. Nao falo só por mim mas o cansaço é por ver coisas desse tipo todos os dias, com as mais diversas pessoas. Com todos os irmãos, pessoas de bem, homossexuais ou quem quer que seja que sofre algum tipo de preconceito. Só quem passa sabe, só quem ouve, lê, sente um olhar atravessado, sente alguém segurando mais forte a bolsa, te confunde com o funcionário da loja, enfim... são inúmeras as situações que podemos viver em nosso dia a dia. O fato de ser uma atriz ainda me proteje, um pouco, já que as pessoas me reconhecem, ou gostam de algum trabalho: aquela negra... é atriz. E aquela doméstica? E aquela gari? E aquela enfermeira? E aquela Advogada? SOMOS PESSOAS. Merecemos respeito. Estamos em uma nação onde mais da metade é composta por negros e com certeza tem um pouco de nós em todos O sangue em suas veias ou em alguma construção aí pela cidade. Fomos à base do trabalho de construção de muita coisa neste país as custas demuito sofrimento. Um dia ouvi de uma pessoa muito “importante”, não dá mais pra limpar o sangue do brasileiro. É!!! As pessoas dizem coisas assim. E ainda dizem que racismo é Mimimi. Esta doença está aí, latente. Às vezes oculta, mas latente. Eu não baixo minha cabeça. Me entristece, mas não me derruba. Representatividade! É necessária! Sigamos, firmes, fortes, corajosos.

Uma publicação compartilhada por Erika Januza (@erikajanuza) em

 

Fonte: Estadão Conteúdo 

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