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Brasileiro disputa artilharia com Jô e sonha jogar Copa América pelo Japão

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ALBERTO NOGUEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Brigando pela artilharia do Campeonato Japonês com Jô -tem 20 gols contra 21 do ex-corintiano-, o centroavante brasileiro Patric, 31, sonha disputar a Copa América do próximo ano pela seleção japonesa. A  equipe nipônica, assim como o Qatar, foi convidada para a competição.

Foto: Reprodução / Twitter

Atacante do Sanfrecce Hiroshima, segundo colocado da J-League com quatro pontos a menos do que o líder Kawasaki Frontale, ele é quase um desconhecido para os brasileiros, mas esteve cotado para jogar a última Copa pelo país asiático. No entanto, uma lesão o impediu de alcançar seu objetivo.

"Estou no Japão há quase seis anos. Infelizmente, quando eu me machuquei, voltei ao Brasil para me tratar e acabei perdendo o visto de trabalho, que em janeiro de 2018 faria cinco anos [necessários para a naturalização]", conta o jogador.

Para Patric, o título e a artilharia seriam muito importantes para chamar a atenção de Hajime Moriyasu, novo treinador do Japão.

O jogador acredita que se o técnico quiser contar com seu futebol, a federação local pode dar um jeito de pular etapas do processo de naturalização e, assim, permitir que ele jogue a Copa América no Brasil.

"Se eu não tivesse perdido o visto, eu teria uma chance de jogar a Copa. Estava em grande fase e também há uma carência de jogadores da posição na seleção japonesa", diz o atleta.

O macapaense, que jogou por Vasco, Vila Nova e Atlético-GO, chegou ao Japão em 2014, quando tirou o Gamba Osaka da zona de rebaixamento e levou-o ao título. Ele conquistou também duas Taças do Japão (2014 e 2015), uma Taça da Liga (2014) e uma Supertaça (2015) pelo clube.

A lesão no ligamento cruzado do joelho direito, no segundo semestre de 2016, porém, foi o início do fim de sua história no clube.

Atleta e equipe decidiram que a cirurgia e o tratamento seriam realizados no Brasil. Em maio de 2017, Patric já voltou ao Japão sabendo que seu contrato não seria renovado no mês seguinte. Foi quando o Sanfrecce Hiroshima apareceu.

Ele chegou ao clube na segunda metade da temporada 2017 cercado de dúvidas sobre suas condições físicas. Novamente, para tentar salvar um time do rebaixamento.

Os problemas físicos em razão da contusão persistiam. "Eu ainda estava em processo de reabilitação, com aquele medo da volta e tudo mais. Foi bem difícil, pois eu não conseguia jogar e treinar. Era um ou outro", conta.

Mesmo assim, o centroavante marcou quatro gols na reta final e ajudou a manter o time na primeira divisão.

O ano de 2018 era visto por parte da imprensa japonesa como mais uma temporada de dificuldades para a equipe de Hiroshima. Contudo, o clube surpreendeu e, a quatro rodadas do fim do torneio soma 56 pontos contra 60 do líder Kawasaki Frontale. "Podemos ser campeões ainda".

Patric atribui a boa fase à pré-temporada. "Acabou o campeonato, eu voltei para o Brasil para tratar o joelho. Dediquei-me nas férias e me apresentei mais cedo ao time".

O centroavante esteve por algum tempo isolado na artilharia do Japonês, mas foi ultrapassado pelo compatriota Jô, do Nagoya Grampus, na última rodada.

"Ele não vinha muito bem no início do campeonato. Estava fase de adaptação e o time na zona de rebaixamento. De repente, em 6 jogos ele fez 12 gols. Isso é marca que quem faz é só Cristiano Ronaldo, Neymar e Messi", afirma.

O clube do ex-corintiano saiu da zona de perigo, mas ainda não está completamente livre do descenso.

Adaptado ao Japão, Patric diz que hoje não tem o desejo de voltar atuar em seu país de origem.

"Meu filho estuda aqui, já escreve e fala japonês, minha esposa ama o país e eu também. O povo é muito bom comigo. Aonde quer que eu ande tenho o reconhecimento deles", diz o jogador, que em julho saiu às ruas para arrecadar fundos para ajudar as vítimas das fortes chuvas mataram mais de 200 pessoas no Japão.

"No Brasil, se eu andar por aí, praticamente ninguém me conhece. É uma história que eu conquistei aqui durante esses seis anos, ganhando títulos", completa.

No entanto, ele admite que o coração pode pesar se receber proposta de um clube específico.

"Não tenho desejo de voltar. Mas se eu pudesse jogar no Brasil, seria mais por uma opção de paixão da época de criança, de torcedor. Fui fanático pelo Palmeiras no tempo de Oséas e Paulo Nunes. Voltaria para jogar no time do coração", finaliza.

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