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Seu Jorge se desdobra entre disco, filmes e seriado

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Fotos: Reprodução/instagram/@seujorge


Quando não está fazendo crochê na sua conta do Instagram ou jogando games de futebol no Playstation, Seu Jorge se divide entre a música e o cinema.
Os últimos meses, por exemplo, foram dedicados ao novo álbum do cantor e compositor, gravado em Los Angeles, e os próximos serão voltados à atuação em um novo seriado no Brasil e a divulgação de três longa-metragens.

"É um processo de desconexão de um lugar para outro. Música e cinema são duas práticas e sentimentos diferentes. Faço isso com o maior prazer, já estou calejadinho", disse o músico de 48 anos à repórter, após um show em Los Angeles.

"No cinema, estou lá para servir, sou só um instrumento, sou guiado. Já na música é o contrário, todo mundo trabalha para que eu aconteça. Trabalho com solidão, com minhas ervas ali, com parcerias."

O novo álbum tem título provisório de "The Other Side/O Outro Lado" e foi feito no estúdio de Mario Caldato Jr., famoso por ter trabalhado com os Beastie Boys e hoje procurado por grandes nomes da música brasileira.

No disco, que deve ser lançado no ano que vem, haverá inéditas e regravações, como uma canção de Milton Nascimento, e convidados como Maria Rita e Zap Mama, grupo da belga Marie Daulne.

Ele tem trabalhado nas músicas nos últimos cinco anos e promete um álbum "mais bossa, mais clássico", com letras em português e inglês.
"É um lado meu que as pessoas ainda talvez não tiveram oportunidade de conhecer", disse. "São músicas que podem ficar atemporais, 'timeless' como eles dizem aqui. É uma busca muito pessoal pela beleza, por aquilo que pode emanar nas pessoas e contagiar, criar uma atmosfera."

O show em Los Angeles, há duas semanas, foi um tributo a David Bowie e quase uma despedida da música. Seu Jorge voltou ao Brasil dois dias depois para começar as preparações para o novo seriado.

"É sobre uma mulher batalhadora, de comunidade, e os desafios que enfrenta na vida. Vou fazer o irmão dela", contou, sem dar mais detalhes.

Em 2019, ele estreia ainda três filmes: "Pixinguinha: Um Homem Carinhoso" e "Mariguella", nos quais faz os protagonistas, além de "Abe", de Fernando Grostein Andrade.
Esta foi a terceira temporada do show de Seu Jorge no exterior com as músicas do filme "A Vida Marinha com Steve Zissou" (2004), com versões em português de clássicos de Bowie. Ele pontuou a apresentação contando histórias sobre a aventura de trabalhar com o diretor Wes Anderson.

Disse que, como nasceu na favela no Rio de Janeiro, não conhecia a discografia de Bowie, "aquele cara que se parecia com o Billy Idol". E revelou que escreveu a versão de "Rebel Rebel" em 15 minutos, ao ser pressionado por um produtor na Itália.
"Sua música é tão complexa, tem tanta poesia", disse no camarim. "Bowie fez muita diferença na minha vida. Era bom ator também, estava sempre à frente de todo mundo. Tento seguir seus passos agora."

Como era véspera das eleições, mandou um recado em português para os brasileiros presentes, como a apresentadora Fernanda Lima. "Meu posicionamento sempre é a favor da diversidade, das minorias e das lutas sociais. Porque faço parte de boa parte das lutas sociais brasileiras", disse, antes de puxar o coro "ele não".
Desde 2013, Seu Jorge tem residência em Los Angeles. Estava na capital americana apresentando o mesmo show quando o atual presidente Donald Trump fez seu discurso de recém-eleito, em 2016.

"Não convivo com a política aplicada pelo Trump, mas entendo que parece que os EUA estão atravessando bons momentos, bons números naquilo que seus eleitores esperavam", disse. "Ele demonstrou certa fibra. Mas pode ser que se isole dentro de um campo geopolítico mundial em função do fortalecimento de certas ideologias."
Sua mudança para os Estados Unidos veio com a vontade de dar uma educação melhor para suas três filhas.

"Elas adoram cantar e atuar. E no Brasil não dá para achar uma escola assim. Aqui tem mais oportunidades para elas e para mim. É uma educação muito boa", disse.
Seu Jorge também elogiou a indústria do entretenimento americana, rica não só para o público como também para a produção de cultura e intercâmbio com outros artistas. "Todas as grandes metrópoles dos Estados Unidos têm uma explosão de cultura. Tem sido uma experiência muito intensa."



Fonte: Folha Press

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