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Espetáculo faz um passeio pela História da Dança

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A Escola do Balé de Teresina aceitou o desafio de montar um espetáculo que pudesse representar passagens importantes da História da Dança Mundial. Das cavernas à era moderna, a coreógrafa Luzia Amélia montou um roteiro que revisita grandes momentos e curiosidades da história da humanidade nos quais a dança foi protagonista.
 

Fotos: Jone Clay Macedo


O resultado é o espetáculo 'Dançando a História da Dança', que será apresentado hoje, às 19h, no Theatro 4 de Setembro, pela Escola Balé de Teresina.
 
Da Itália, trouxe a Tarantela, surgida entre os camponeses em plena epidemia de “peste negra”, atribuída às tarântulas, que dizimou milhares de pessoas à época. Por outro lado, o espetáculo ‘brinca’ com clássicos do balé clássico mundial, reapresentado-os sob nova face, histórica e didática, mas sem deixar de lado a magia e o virtuosismo próprios deste estilo. Èr assim com os consagrados balés “Giselle” e “La Fille Mal Gardée”.

Toda a montagem é fruto de um projeto pedagógico que vem sendo desenvolvido desde o início do ano letivo de 2008 na Escola. Foi apresentado aos alunos por meio de aulas, seminários, passeios e trabalhos desenvolvidos em grupo estilos, artistas, épocas, fases, ciclos, e escolas próprias da História da Arte para, depois, se estudar a linguagem da dança dentro destas correntes, como linguagem independente, original e autêntica que é.

Um dos quadros marcantes do espetáculo, sem dúvida, é aquele dedicado à Carmem – baseada no romance cigano de mesmo nome e originalmente montada em estilo moderno. Carmem encerra o espetáculo “Dançando a História da Dança” apresentando um elenco exclusivamente feminino. O balé de Teresina, assim, se faz fiel ao traço da ousadia que envolve a obra coreográfica desde sua estréia em meados do século XX.
 

As pesquisas que levaram a execução do projeto foram basicamente realizadas em livros de História da Dança, em autoras como Maribel Portinari, principalmente.


Histórico da Escola
A Escola Balé de Teresina é um projeto de formação em dança mantido pela ONG Associação Amigos do Balé Folclórico desde 2000.  Atende cerca de 200 crianças e adolescentes com ensino regular de dança, oferecendo, desta forma, uma educação complementar fundamentada na promoção da cidadania, por meio de ações de inclusão cultural e responsabilidade social.

Roteiro Dançando a História da Dança
Dança – mãe de todas as artes!
 
De todas as artes, a dança é a única que dispensa materiais e ferramentas dependendo só do corpo. Por isso, dizem-na a mais antiga das artes, aquela que o ser humano carrega dentro de si, desde tempos imemoriais.
 
Antes de polir a pedra, produzir utensílios e armas, o homem batia freneticamente os pés e as mãos para se aquecer e se comunicar. Assim, das cavernas à era do computador, a dança fez e continua a fazer História.

Iniciaremos nossa viagem no tempo, apresentando a Dança Ritual, quando, para o homem tudo era mágico...
 
A Dança na Idade Antiga
 
Na cultura Egípcia a dança tinha um caráter sagrado. A patrona da dança era Hathor, deusa-mãe representada por uma vaca que carregava o disco solar entre os chifres.
Diversos tipos de registros levam a crer que a dança egípcia era severa, angulosa, com alguns movimentos acrobáticos. As imagens raramente indicam saltos.
A participação feminina predominava.
 
A Dança na Idade Média
 
O longo período chamado idade média, foi descrito pelos humanistas do Renascimento como a Idade das Trevas. As cidades se despovoavam, o medo e a ignorância reinaram. Entre os séculos XI e XII, surgiu o fenômeno da dançomania que durou até o Renascimento. Era um sinal de desespero diante das dores físicas e epidêmicas como a peste negra, que ceifou milhares de vidas.
Numa histeria coletiva, as pessoas dançavam freneticamente expressando o pavor da morte. Na Itália foi chamada de tarantismo. A causa era a picada de uma aranha, a tarântula, que infestava o campo e as cidades. Acreditava-se que se a pessoa infectada transpirasse bastante, dançando vigorosamente, eliminaria o veneno.
Essa foi a origem da “Tarantela”
 
A Dança na Idade Moderna
Renascimento, conceito de beleza em que o corpo e o espírito devem formar um todo harmonioso. As cortes se transformaram, a luminosidade dos suntuosos palácios de mármore entram para a história. Cada Côrte se faz museu vivo e espetáculo permanente.

Vitória militar, casamento, nascimento são celebrados com pompa e circustância. Todos deveriam participar da glória do príncipe. Em Florença, Lourenço de Médicis lança a moda dos triunfos, festas nababescas que duram vários dias. As coreografias dos triunfos eram majestosas, os próprios nobres serviam de intérpretes.

Nesse ambiente mais que propício, nasceu o Ballet de Côrte. O primeiro apresentado foi o “Ballet Comique de La Reine”, inaugurando a “moda” que iria atingir o apogeu com o rei Luis XIV, da França.
A Dança – Musa de todas as Épocas e Estilos
 
La Fille Mal Gardée
No tormentoso verão de 1789, na cidade de Bordeaux, o coreógrafo Jean Dauberval criou La Fille Mal Gardée. Os personagens, todos camponeses, eram astutos, engraçados, humanos, identificando-se com a vida real. Uma fazendeira pretende casar a filha Lize, com o herdeiro de um ricaço vizinho, para, assim, unirem as terras. Mas a moça está apaixonada pelo atraente Colas e se vale de mil subterfúgios para escapar do noivo imposto. Depois de muitas peripécias, Lise e Colas podem finalmente casar-se diante da alegria geral da aldeia.
 
 
As Sapatilhas de Ponta e Giselle – ícones do Romantismo
 
Em pleno século XIX a sociedade sofre profundas e irreversíveis transformações de comportamento. O turbilhão revolucionário e as guerras Napoleônicas refletiram sobre os costumes. A derrubada da Monarquia Absoluta que pôs em voga o conceito de liberdade individual como bem supremo. O Romantismo é filho dessa liberdade, ele pregava o predomínio do sentimento sobre a razão.
A dança no período Romântico é uma homenagem à sensibilidade. A imaginação tomou lugar da lógica, a dança adotou esses novos padrões, a figura feminina predominou. A mulher tornou-se musa, vítima, heroína.
 
A sapatilha de pontas, que tritura e deforma os dedos, se torna indispensável à bailarina. É o assessório que lhe permite dar a ilusão de desligar-se da Terra para conquistar o espaço, de vencer a matéria para personificar o “romântico”.

Gisele foi, dentro da História da Dança, o auge desse estilo. O Primeiro Ato se passa às margens do Rio Reno, quando todos os camponeses cantam e dançam com Gisele. O Segundo Ato transcorre num cemitério, sob o luar. É meia-noite. Myrta, a Rainha das Willis, sai do túmulo, vestida de branco, rosto velado. Convoca as demais Willis e todas dançam, encantadas pelo amor.
A Dança Chega ao Século XX
 
Carmem
O Balé Moderno nasceu da contestação
Estreou em 21 de fevereiro de 1949. Carmem fala de uma mulher forte que viveu muitos amores. Pela 1ª vez na história da dança piauiense, um trecho deste balé será apresentado exclusivamente por um elenco feminino.

 
Serviço
Espetáculo Dançando a História da Dança
Com a Escola Balé de Teresina
Data: 03 de Dezembro
Horário: 19 horas
Local: Theatro 4 de Setembro
Ingressos : R$ 6,00 e R$ 12,00
Informações: 3221.1977 e 8811.0407
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