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Ponto mais relevante para o BC é manter a inflação na meta, diz Ilan Goldfajn

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Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / Fotos Públicas

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta quarta-feira, 28, que o ponto mais relevante para o BC é manter a inflação na meta. Ele lembrou que a inflação ficou abaixo da meta no ano passado devido a um choque de alimentos, mas que retornará para um patamar próximo do centro da meta neste ano e no próximo. 

"Isso tem permitido que a taxa de juros permaneça no mínimo histórico de 6,5% já há seis reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom)", completou o presidente do BC, que reservou parte do período da manhã desta quarta-feira para conceder entrevista coletiva à imprensa para apresentar os resultados dos dois anos da Agenda BC+, de ações da instituição nas áreas de cidadania financeira, melhoria da eficiência no sistema financeiro, arcabouço legal e custo de crédito. 

Ilan repetiu que a economia brasileira vem se recuperando de maneira gradual. "Após dois anos de queda em 2015 e 2016, houve crescimento em 2017, haverá este ano e deve haver alta também nos próximos", acrescentou. 

Custo de crédito

O presidente do Banco Central avaliou que o Índice de Custo do Crédito (ICC) vem apresentando uma queda "contínua e robusta" para empresas e famílias, mas admitiu que muitas pessoas e o próprio BC gostariam de uma redução mais intensa. "Mas a palavra de ordem aqui é sustentabilidade. Queremos quedas sustentáveis, tanto da Selic quando do custo de crédito", acrescentou.

Ele também mostrou dados sobre a redução dos spreads médios do mercado de crédito desde 2016. "O spread médio do crédito para as empresas está em um dígito (8,6%)", destacou. 

Para Ilan Goldfajn, a situação controlada da inflação, o patamar atual dos juros básicos da economia, a redução do custo do crédito e os resultados das concessões de empréstimos mostram que a autoridade monetária está andando no caminho certo.

Alíquotas de compulsórios

O presidente do Banco Central fez também um balanço das ações da "Agenda BC+", lançada pela instituição em 2016. De 68 propostas, 19 foram concluídas em 2016 e 2017, 22 foram concluídas neste ano 2018 e 27 ainda estão em andamento.

Ele destacou a aprovação de seis leis e decretos, a edição de 31 resoluções e outros 33 normativos. Além disso, há sete projetos de lei em tramitação e mais quatro propostas legislativas ainda em elaboração pelo BC. 

Dentre as ações concluídas em 2018, Ilan citou medidas como redução e simplificação do recolhimento compulsório dos bancos e a liberação para que empresas possam abrir contas por meio eletrônico também foram citadas. 

"Finalmente estamos chegando a um nível de compulsórios parecido com o resto do mundo. Este período vai ser visto como um período de redução relevante das alíquotas de compulsórios. Isso gera benefícios maiores para os bancos menores, que ficam liberados dessa burocracia", avaliou o presidente do BC. 

Ele também citou a maior competição na oferta de serviços de pagamento e portabilidade da conta-salário. Ainda elencou a medida que trava a taxa de câmbio do cartão de crédito no dia do gasto, e não no dia da fatura. 

Bancos e poupadores

O balanço do Banco Central também incluiu o acordo entre bancos e poupadores sobre os planos econômicos e a flexibilização do uso de recursos da poupança para o crédito imobiliário. 

O presidente do BC também citou medidas que facilitam o recebimento de remessas do exterior, ações de incentivo ao uso do cartão de débito e o limite de R$ 10 mil para o pagamento de boletos em espécie. 

Fintechs

Ilan mencionou ainda a regulamentação das chamadas fintechs de crédito, inclusive com a facilitação de entrada de empresas estrangeiras nesse mercado. "Sistema financeiro eficiente não é apenas o mais barato, mas aquele que torna a vida do consumidor mais fácil", avaliou Ilan Goldfajn. "Acreditamos que tudo isso está fazendo a diferença de maneira estruturada, ou seja, sustentável ao longo tempo", completou.

Fonte: Estadão Conteúdo

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