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Ellen DeGeneres volta aos palcos de standup depois de 15 anos

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Foto: Reprodução/instagram/@theellenshow

O título original do programa é "Relatable", palavra que não tem tradução simples em português. É algo como associável, relacionável, com que se pode se conectar. E o momento mais divertido do espetáculo gravado em Seattle acontece bem no comecinho, quando Ellen lista as coisas que fazem com que ela ainda tenha conexão comigo, com você e com todo mundo. 

Nesses últimos 15 anos desde a última temporada de standups, aconteceu muita coisa na vida da comediante. Ela se declarou gay publicamente em cena do seriado "Ellen", que em seguida foi cancelado pelos estúdios Disney depois de cinco temporadas –a personagem dela, protagonista, era a amigona de todo mundo, sem vida íntima particular. 

Foi capa da Time e teve seus 15 minutos de "fama gay" -para depois ficar três anos de escanteio até ser convidada para apresentar um programa diurno de auditório. 

Muita gente não apostava na nova empreitada, mas foi ali que Ellen ficou famosa de verdade, virou celebridade de primeira linha, e milionária. Com a aposentadoria de Oprah Winfrey, Ellen herdou o posto de apresentadora mais popular da TV americana. Nesse meio tempo, 14 anos atrás, se casou com a atriz Portia de Rossi (de "Arrested Development").

Ela conta tudo no especial que estreou em 18 de dezembro na Netflix. São piadas velhas para quem acompanha sua carreira desde 1997. No entanto DeGeneres agora tem outros assuntos para fazer graça, por exemplo, ser uma celebridade milionária. 

E voltar para a interrogação inicial: será que ela ainda consegue fazer um humor em primeira pessoa que atinja as pessoas da plateia e os espectadores ao redor do mundo? 

Ela se pergunta: "Ainda posso ter coisas em comum com muita gente sendo tão rica e famosa? Ainda consigo me conectar com uma plateia de standup?". 

E então brinca com esse tema, fala sobre sua casa imensa e luxuosa, seu mordomo que traz pedaços de abacaxi cortados para o café da manhã e seu lavabo de ouro. É uma piada e uma não piada, mais um reconhecimento do elefante na sala metafórico entre ela e o público. "Sim", ela confessa, "sou extremamente rica e famosa, mas ainda sei rir de mim mesma", completa. E essa, todos sabemos, é uma linguagem universal. 

Há altos e baixos em cerca de uma hora e pouco de programa. Um trecho grande sobre comerciais de remédios podia ser cortado sem prejuízo. Mas há grandes momentos que compensam as partes menos engraçadas. 

Em um deles, Ellen dança no palco. E dança muito, ao som do rapper Kendrick Lamar. Coisa que não faz mais no programa de televisão, porque explicou que ficou marcada por isso e cansou de ouvir de pessoas aleatórias que encontrava que ela desse uma chacoalhada no esqueleto onde estivesse.

No final, ela abre mão do humor para fazer um relato sincero, um apelo para que as pessoas sejam gentis umas com as outras. Se a abertura é uma longa piada sobre a conexão ou a falta dela com os simples mortais, o fechamento é um pedido para que todos nós nos conectemos. Não é nada engraçado, mas sim sincero e doce. 

 

ELLEN DEGENERES: BEM RELACIONADA
Avaliação bom
Onde Disponível na Netflix
Classificação 14 anos
Produção EUA, 2018
Direção Joel Gallen e Tig Notaro


Fonte: Folha Press

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