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Maduro, handebol brasileiro obtém sua melhor posição no Mundial masculino

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Com uma geração que amadureceu nos últimos anos e formada praticamente por atletas que atuam na Europa, a seleção brasileira masculina de handebol garantiu nesta quinta-feira (17) sua melhor posição em Campeonatos Mundiais.

Nunca antes a equipe nacional havia ficado entre as 12 melhores da competição, feito que obteve ao passar de fase no chamado "grupo da morte", que contava com quatro países europeus.

Após perder para a bicampeã mundial França, na estreia, e para a anfitriã Alemanha, a seleção brasileira venceu na sequência Sérvia, Rússia e Coreia, que atuou com um time unificado e foi superada pelo Brasil nesta quinta, por 35 a 26.

As vitórias sobre duas seleções europeias (ambas por dois gols de diferença) fizeram com que o Brasil se livrasse da máxima de "jogar como nunca e perder como sempre" contra rivais da elite, que acompanhou o handebol masculino nas últimas competições.

Nos três Mundiais anteriores, em que quatro países se classificavam em cada grupo, o Brasil chegou às oitavas de final e foi derrotado por um gol de diferença contra Rússia (2013), Croácia (2015) e Espanha (2017). Em nenhuma das vezes acabou entre os 12 primeiros colocados.

No formato atual do torneio, apenas 3 das 6 seleções do grupo avançam para um novo hexagonal, em que as duas melhores se classificam para as semifinais.

Na próxima fase, os adversários serão Espanha, Croácia e o vencedor de Macedônia e Islândia. Como o Brasil carrega as duas derrotas sofridas na etapa anterior, as chances de ficar entre os dois primeiros são pequenas. Ainda assim, a seleção deve disputar uma posição melhor que o 12º lugar já garantido.

No grupo de 16 convocados pelo técnico Washington Nunes há cinco atletas com 30 anos ou mais e apenas três que atuam no handebol nacional.

Entre os destaques do time estão os armadores Haniel, 23, e Zé Toledo, 25, terceiro colocado na artilharia do campeonato. Mais velhos e também peças importantes no Mundial são o armador e capitão Thiagus Petrus, 29, e o ponta esquerda Felipe Borges, 33.

Na vitória contra a Rússia, decisiva para a classificação, quem chamou a atenção foi o goleiro César Almeida, 30, conhecido pelo apelido "Bombom". Ele fez defesas difíceis e ajudou a garantir a vitória apertada.

O bom desempenho no Mundial contribui para que o handebol brasileiro comece 2019 muito melhor do que terminou 2018, ano marcado por crises na gestão do esporte.

Em abril do ano passado, Manoel Luiz de Oliveira, no comando da confederação brasileira (CBHb) desde 1989, foi afastado temporariamente por decisão da Justiça.

Ele é acusado de irregularidades em convênios firmados entre a entidade e o Ministério do Esporte para a realização em São Paulo do Mundial de 2011. Ricardo Souza, então vice-presidente e aliado de Oliveira, assumiu o comando.

Oficialmente, o cartola já estava afastado do cargo antes da decisão judicial por conta de um problema de saúde.

Na sequência, o Banco do Brasil, apoiador do handebol desde 2013, decidiu que não renovaria o acordo que pagava R$ 15,5 milhões por dois anos para a confederação.

Em agosto, jogadores criaram o Atletas pelo Handebol, movimento que surgiu com o pedido para que Oliveira renunciasse e que passou a reivindicar mais espaço para discutir a gestão do esporte.

Sem o Banco do Brasil e à procura de novos patrocinadores, a confederação convive com um buraco financeiro. Em outubro, treinamentos programados para a seleção masculina foram cancelados por falta de verba.

Após a tormenta, pelo menos dentro de quadra o handebol brasileiro dá sinais de recuperação.

DANIEL E. DE CASTRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

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