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Teresina tem ato de protesto pela morte do jovem negro em supermercado; assista vídeo

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A morte de Pedro Henrique Gonzaga desencadeou uma série de protestos pelo país.  O jovem morreu na quinta-feira (14) depois de ser imobilizado por um segurança em uma das lojas da Hipermercado Extra, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em Teresina, a unidade da rede também recebeu o protesto. 

O advogado Marcelo Filho, militante do PSOL e membro do Juristas pela Diversidade, ressaltou que o protesto  é uma resposta ao que ocorreu no Rio de Janeiro em que Pedro Gonzaga, um jovem negro, foi morto asfixiado pelo segurança do local mesmo com o protesto da mãe e de outras pessoas presentes.

O protesto, que ocorreu ao meio-dia de hoje (18),   foi construído a partir da performance da dançaria e professora Luzia Amélia. Ela realizou um derramamento de sangue na frente de uma das entrada do hipermercado. O ato adentrou ao supermercado onde entoaram diversas vozes em protesto a morte de Pedro Gonzaga como “O Extra é racista” e “ A carne mais barata do mercado não é a carne negra”. 

"Essa performance já foi apresentada duas vezes em Teresina: uma quando da manifestação contra os constantes casos de feminicídio no estado e outra contra a retirada das famílias da Avenida Boa Esperança por conta do Programa Lagoas do Norte", disse Marcelo Filho.

Marcelo ressaltou que um "momento muito sensível da manifestação foi quando a imagem de Pedro Gonzaga foi colocada dentro do freezer de carne, em alusão a forma como o estado e a sociedade brasileira tratam os corpos negros no Brasil'.

O ato é uma "resposta a tanta violência contra as vidas negras, sobretudo a juventude negra do país. Teresina e o Piauí também são estados que protagonizam a violência contra corpos negros e a reivindicação feita no Supermercado Extra daqui é pra mostrar como esse racismo é sistêmico e estruturante, coexistindo em todos os lugares".

A dançarina Luzia Amélia, que recentemente expôs um dos casos de racismo sofrido em Teresina, falou um pouco sobre a performance  "Banho de Sangue".

"Dessa vez nós a fizemos para a juventude negra, para que parem de matar os nossos filhos, para que parem de perseguir os negros quando eles entram em lugares em que algumas pessoas acham que não são para eles. No caso de um supermercado como esse, que acha que uma pessoa negra é um ladrão", declarou Luzia.

"Na verdade, nós sabemos que isso foi o ato de um segurança, mas isso evidencia um sistema racista no Brasil que persegue e mata a juventude negra. Então, o 'Banho de Sangue' foi feito para o Pedro Gonzaga porque eles vão ter que limpar o sangue dele em todos o eixo do Brasil".

Posicionamento Extra

O Cidadeverde.com entrou em contato com a rede Extra e recebeu a seguinte nota de pesar e esclarecimento: 

Com relação ao episódio que levou à morte de Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga na tarde da última quinta-feira (14.02) no Hipermercado Extra Barra, a rede vem a público reiterar que não aceita qualquer ato de violência, excessos e repudia toda forma de racismo.

A rede Extra não vai se eximir das responsabilidades diante ocorrido e temos total interesse em esclarecer a situação o mais rápido possível. Estamos colaborando com as autoridades fornecendo todas as informações disponíveis.

Os seguranças envolvidos na morte do jovem foram imediatamente e definitivamente afastados de nossas operações. A companhia instaurou uma sindicância interna e acompanha junto à empresa de segurança e aos órgãos competentes o andamento das investigações. 

Acrescentamos que, independentemente do resultado da apuração dos fatos, nada justifica a perda de uma vida. A companhia se solidariza com os familiares de Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga nesse momento de dor e de tristeza.

Sobre as manifestações, o Extra entende a dor e se solidariza com o sentimento em torno da morte do Pedro Henrique. Reiteramos que estamos contribuindo com as autoridades responsáveis para que o episódio se esclareça rapidamente e reforçamos que somos contra todo ato de violência, excessos e de racismo.  Como empresa presente no país há 30 anos e que emprega mais de 20 mil pessoas, o Extra não se exime de suas responsabilidades e do compromisso de buscar a melhoria contínua.

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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