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Em 9 anos, cerca de 80 adoções e acolhimentos foram feitos em Teresina

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Nos últimos nove anos, de 2010 a 2018, o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (CRIA) já viabilizou em Teresina a saída de mais de 80 crianças de abrigos para a adoção ou acolhimento familiar, inserindo-as em um contexto familiar. Os números mostram que pouco mais de nove desses casos por ano foram autorizados pela justiça na capital. A coordenadora do Centro, Francimélia Nogueira, diz que é um número pequeno, tendo em vista que há uma grande quantidade de crianças esperando em abrigos para serem adotadas.

Hoje no Brasil, de acordo com o Cadastro Nacional De Adoção (CNA), existem 9.386 crianças na fila de espera para adoção e no estado do Piauí há 83 crianças.

“É baixo se a gente considerar que existe um número muito grande de crianças nos abrigos. Porque quando se fala que existe cerca de 9 mil crianças no Brasil disponíveis para adoção são na verdade as que estão com processos concluídos, mas na verdade estima-se que cerca de 80 mil em dados não oficiais, vivem em abrigos no Brasil”, explicou a coordenadora em entrevsita hoje ao Jornal do Piauí.

Francimélia observou que quem trabalha com a questão de adoção há bastante tempo sabe que uma grande dificuldade é a conclusão dos processos que ultrapassam o tempo previsto em lei.

“Do julgamento do processo jurídico dessas crianças. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) determina que esses processos sejam julgados em no máximo um ano e meio e na prática isso não acontece, por diversos fatores. Muitas vezes a Vara da Infância e Adolescência não está equipada como deveria em relação ao número de profissionais para dar celeridade aos processos e dar o parecer para os magistrados concluíre. As vezes falta até carro para fazer uma visita, as próprias instituições de acolhimento também têm dificuldade nesse sentido”, contou Francimélia.

A coordenadora disse que ainda “há preconceitos” para se adotar, na medida que há um perfil preferencial para adoção. De acordo com ela, existem no país cerca de 45 mil pessoas na fila esperando para conseguir adotar. “Só que preferencialmente querem crianças pequenas, bebês saudáveis, e o que a gente vê é que muitos não são pequenos, são irmãos, são afrodescendentes, ou seja, que não fazem parte do perfil preferencial de adoção”. 

 Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

Lyza Freitas
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