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Dependência e 'efeito vagalume' de Cazares dificultam encaixe no Atlético

Apesar de ter finalizado a primeira fase do Mineiro na ponta da tabela e de levar essa vantagem para os mata-matas, o Atlético-MG ainda não está jogando da maneira que Levir Culpi e seus torcedores querem. Resumidamente, as últimas vitórias da equipe foram ao melhor estilo 'vence mas não convenceu'.

A explicação para isso passa por dois importantes pontos. O primeiro é que seus jogadores ainda não estão bem entrosados, batem cabeça em alguns momentos e levam o treinador a modificar o time com frequência. O outro é a forte dependência da criação de Cazares. 

Quando joga bem, o meia dificilmente sai de campo sem participar dos gols. Mas isso não ocorre sempre, e a equipe tende a cair muito de produção quando seu camisa 10 está em baixa.

Bastante inteligente com e sem a bola nos pés, Cazares sempre foi questionado por não dar tanto apoio na marcação e por alternar bons e maus momentos.

O primeiro ponto fraco é minimizado por causa da sua região de atuação, na maioria das vezes centralizado e com menos contribuição defensiva que os pontas. 

Mas a instabilidade é algo que o acompanha desde sua chegada em 2016, e também já aconteceu neste ano. Mesmo assim, ele segue com participação alta no time: em 11 jogos, são quatro gols (terceiro do time) e cinco assistências (líder no quesito).

"Ele tem uma categoria extra-classe, tem capacidade de definição ótima. Ele está aproveitando, fazendo gols e participando das principais jogadas do time. Então um ídolo vai se formando dessa maneira, espero que ele reconheça que ainda tem que melhorar, isso será muito importante para o atleta", comentou Levir, um dos responsáveis por tentar dar mais regularidade ao meia.

Acontece que mesmo que o camisa 10 apresente mais regularidade em campo, o Atlético ainda terá que lidar com outro problema: a falta de entrosamento entre seus outros jogadores.

Neste ponto, Levir se encontra em um dilema. De um lado, jogadores pedem passagem na equipe, como Maicon Bolt, e outros titulares não correspondem a ponto de serem substituídos. 

Do outro, o treinador tenta resistir e não mudar muito a equipe a fim de dar mais tempo para seus jogadores se conhecerem melhor. Essa resistência acontece até mesmo quando os pontas trocam de lado para confundir a marcação adversária.

No último jogo, Levir pediu para retomarem a formação original para Luan se entender melhor no lado direito com Guga, novo titular.

Se o gol, a zaga, sd laterais e o ataque estão praticamente na ponta da língua, o meio-campo fica totalmente em aberto, e Levir tem consciência disso. Na volância, Adilson e Elias se acostumaram a jogar juntos, mas Zé Welison cresceu na equipe e ganhou mais chances.

Mais recentemente, Elias foi para o banco, e Jair foi quem ganhou uma oportunidade. 

Mais à frente, Luan parece ser a única peça certa no meio-campo. Do lado esquerdo, Chará começou o ano como titular, mas saiu do time para a entrada de um volante, que depois foi trocado por Terans. Com o uruguaio ainda sem convencer, Maicon Bolt tem correspondido e começa a pedir passagem.

"Eu ainda não encontrei o time, vamos variando de jogo a jogo. Três jogadores (substituições) são quase certo por jogo, o Atlético ainda não está redondinho. Vamos tentando achar, de repente encaixa", argumentou Levir.

ENRICO BRUNO
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS)

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